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domingo, 28 de dezembro de 2014

Matemática estabelece maneira mais eficiente para chegar em Marte




O Planeta Vermelho é tão cheio de encantos que nós aqui do Mega Curioso temos um espaço especial dedicado somente a notícias sobre Marte. Quando o assunto é colonizar o planeta vizinho, uma das maiores preocupações é, sem dúvidas, a viagem até lá, afinal não deve ser muito simples mandar pessoas até outro planeta, não é mesmo?

A boa notícia, nesse sentido, é que alguns pesquisadores parecem ter descoberto um novo jeito de ir para Marte – e gastando menos dinheiro ainda! Um dos problemas maiores de enviar pessoas ao planeta ao lado é o tanto de combustível que uma viagem desse porte iria exigir. Além disso, Terra e Marte estão em constante movimento e em desalinho, então é difícil calcular com precisão um percurso eficiente. Os dois planetas ficam perfeitamente alinhados a cada 26 meses, apenas.

Matematicamente falando

E, se você é do tipo que diz que matemática é uma coisa inútil, está na hora de rever seus conceitos, pois é graças a um grupo de matemáticos que uma nova estratégia de rota está sendo desenvolvida.

Mapear uma viagem da Terra até Marte é uma tarefa de extrema complexidade, afinal a distância entre os dois planetas está constantemente diminuindo ou crescendo, dependendo de como suas órbitas estão ao redor do Sol. Além disso, é preciso levar em conta questões de gravidade na Terra, em Marte e no espaço entre um planeta e outro. Deu para entender a dificuldade da coisa?

Foi com esse problema em mãos que os matemáticos Francesco Topputo e Edward Belbruno resolveram calcular o caminho até Marte de um jeito diferente, de modo que os movimentos do Planeta Vermelho fossem favoráveis a essa nova possibilidade de rota. Para isso, os caras usaram um conceito chamado “captura balística”, que é o oposto de qualquer outra lógica já utilizada até agora para criar uma rota de viagem.

Como funciona

A ideia é direcionar a aeronave para a órbita de Marte e não para Marte em si, usando uma lógica já conhecida que lança aeronaves à órbita da Lua. O novo plano de viagem pretende colocar as naves na órbita do Planeta Vermelho a uma velocidade inferior à de Marte. Isso faria com que a gravidade do planeta desacelerasse a nave, a colocasse em órbita e a fizesse pousar.

Esse novo método, só para você ter ideia, consegue economizar 25% do combustível necessário para a viagem, o que é uma vantagem gigantesca em relação aos outros métodos de cálculo de rota. A diminuição de combustível deixa a nave mais leve e permite que a viagem tenha mais carga, o que seria primordial para o caso de uma futura missão humana. Dessa forma, seria possível também que uma aeronave levasse mantimentos aos tripulantes que se arriscassem a ficar no Planeta Vermelho.

Como a aeronave seria enviada em uma velocidade mais lenta, a viagem em si se tornaria mais lenta e poderia levar alguns meses a mais do que as outras rotas existentes, que estimam seis meses de viagem. Ainda assim, haveria a economia de combustível, que é a principal preocupação do momento. Além disso, esse esquema dispensa a espera do alinhamento ideal entre a Terra e Marte, o que só acontece a cada 26 meses. E aí, se fosse possível, você se arriscaria em uma viagem espacial de quase um ano?

Fonte: Gizmodo
Imagens: NASA

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sábado, 27 de dezembro de 2014

9 coisas que pessoas ricas fazem diferente; uma é não assistir TV



Nove coisas que pessoas ricas fazem de diferente todo dia; uma delas é não assistir televisão - Pesquisador americano estudou ricos e pobres para descobrir pequenos hábitos que contribuem para o sucesso

O caminho para o sucesso pode estar nas pequenas coisas que fazemos todos os dias. Essa é a conclusão de um estudo de cinco anos feito por Thomas Corley e publicado em seu livro 'Rich Habits: The Daily Success Habits Of Wealthy Individuals' (Hábitos ricos: os hábitos de sucesso dos ricos, em tradução livre). Desse estudo, ele conseguiu inferir alguns hábitos mais presentes em pessoas ricas.

"A metáfora que eu gosto é a da avalanche", ele disse à Entrepreneur, site da revista que publicou uma reportagem sobre o assunto. "Essas rotinas são como flocos de neve, eles empilham, e eventualmente você terá uma avalanche de sucesso. A chave é incorporar ao menos 50% desses hábitos à sua rotina."

1. Ricos sempre têm objetivos à vista.
Pessoas endinheiradas não apenas têm objetivos claros, mas costumam escrevê-los. Ter um objetivo pode parecer algo etéreo, mas para essas pessoas não: ele precisa ser realizável, além de necessitar de trabalho físico para isso.

2. Eles sabem o que é preciso ser feito hoje.
A maioria tem uma lista de afazeres do dia, assim como conseguem completar essa lista.

3. Eles não assistem TV.
Pessoas com dinheiro não deixam de assistir TV porque mantém um autocontrole invejável, mas simplesmente porque gastam seu tempo com outras atividades, em especial a leitura.

4. Eles leem, mas não por prazer.
A leitura não é necessariamente guiada pelo desejo de mais conhecimento e capacitação, mas 88% deles leem pelo menos meia hora diária com esse objetivo, comparado a 2% dos mais pobres que participaram da pesquisa.

5. Eles gostam bastante de audiobooks.
Não só usam bastante, mas principalmente no trajeto de casa ao trabalho e vice-versa.

6. Eles trabalham mais do que o necessário.
Por necessário, entenda o que o trabalho ou o chefe pede. Apesar de 86% dos entrevistados ricos trabalharem mais de 50 horas por semana (contra 42% dos pobres), apenas 6% deles se dizem infelizes por causa do trabalho.

7. Eles não esperam ficar ricos da noite para o dia.
Enquanto 6% dos ricos afirmaram apostar na loteria, este percentual aumenta para 77% entre os mais pobres.

8. Eles se preocupam com saúde.
57% dos ricos dizem contar calorias todos os dias, contra apenas 5% dos mais pobres. 

9. Eles tomam conta do seu sorriso.
62% dos ricos disseram passar fio dental diariamente, contra 16% dos entrevistados pobres.

Reuters / Estadão / Amazon

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sexta-feira, 26 de dezembro de 2014

Bicarbonato contra o câncer?




por Heliton Batista (reprodução de "O Jornaleiro")

Inicialmente banido da comunidade médica italiana, foi aplaudido de pé na Associação Americana contra o Câncer quando apresentou sua terapia. O médico observou que todo paciente de câncer tem aftas.

Isso já era sabido da comunidade médica, mas sempre foi tratada como uma infecção oportunista por fungos – Candida albicans. Esse médico achou muito estranho que todos os tipo de câncer tivessem essa característica, ou seja, vários são os tipos de tumores mas têm em comum o aparecimento das famosas aftas no paciente.

Então, pode estar ocorrendo o contrário, pensou ele. A causa do câncer pode ser o fungo.

E, para tratar esse fungo, usa-se o medicamento mais simples que a humanidade conhece:bicarbonato de sódio. Assim ele começou a tratar seus pacientes com bicarbonato de sódio, não apenas ingerível, mas metodicamente controlado sobre os tumores.



Resultados surpreendentes começaram a acontecer

Tumores de pulmão, próstata e intestino desapareciam como num passe de mágica, junto com as Aftas.



Desta forma, muitíssimos pacientes de câncer foram curados e hoje comprovam com seus exames os resultados altamente positivos do tratamento. Para quem se interessar mais pelo assunto, siga o link (em inglês): não deixem de ver o vídeo, no link abaixo. O medico fala em italiano, mas tem legenda em português. http://www.curenaturalicancro.com/

Lá estão os métodos utilizados para aplicação do bicarbonato de sódio sobre os tumores.
Quaisquer tumores podem ser curados com esse tratamento simples e barato.

Parece brincadeira, né?

Mas foi notícia nos EUA e nunca chegou por aqui.

Bem que o livro de homeopatia recomenda tratar tumores com bórax, que é o remédio homeopático para aftas. E os macrobióticos consideram o câncer uma manifestação natural do meio ácido.
Afinal, uma boa notícia em meio a tantas ruins.

Na integra

terça-feira, 23 de dezembro de 2014

Os perigos de fumar cigarro eletrônico




Vapor dos cigarros eletrônicos tem níveis de níquel e cromo 4 vezes maior que a fumaça de cigarros tradicionais...




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sexta-feira, 19 de dezembro de 2014

Sonda Curiosity revela grandes descobertas em Marte



Pesquisas feitas há mais de 1 ano foram finalmente reveladas pela Agência Espacial Norte Americana 

Após perfurar o solo de Marte e analisar amostras de seu material, a sonda Curiosity da NASA descobriu compostos orgânicos, os blocos de construção da vida que contém carbono, no subsolo do Planeta Vermelho. E não pára por aí! Além disso, os instrumentos da sonda detectaram água no subsolo de Marte, isso tudo após anunciarem a detecção de um grande pico de gás metano na atmosfera do Planeta Vermelho!

Apesar das grandes descobertas não servirem como prova de que a vida existiu ou existe em Marte, os investigadores afirmam que essa é a primeira vez que orgânicos foram confirmados em rochas do Planeta Vermelho, o que conclui um dos grandes objetivos da missão!

"Este é realmente um grande momento para essa missão", comenta John Grotzinger, cientistas da missão Curiosity, do Instituto de Tecnologia da Califórnia, EUA.

O instrumento SAM do rover detectou clorobenzeno e vários outros compostos de carbono contendo cloro em amostras de uma rocha chamada "Cumberland", que a sonda havia perfurado em maio de 2013.

O instrumento utiliza um forno minúsculo para "cozinhar" as amostras, e em seguida, analisa os gases que são produzidos. As rochas e o solo marciano são ricos em perclorato, que pode destruir ou alterar os compostos orgânicos durante esse processo de aquecimento, o que complicou a detecção da sonda Curiosity.

"Esta é a primeira detecção de compostos orgânicos em amostras de Marte", comenta Caroline Freissinet, do Goddard Space Flight Center da NASA. Freissinet também é autora principal do artigo que detalha os resultados de Cumberland, publicados no Journal of Geophysical Research.

A presença de perclorato em Marte é tão grande que fica difícil saber se a amostra de Cumberland original continha clorobenzeno e os outros compostos do cloro, ou alguns outros tipos de produtos orgânicos.

No que diz respeito a "vida em Marte", até agora é impossível dizer se os orgânicos detectados em Cumberland foram produzidos por organismos vivos. A NASA está planejando uma nova missão para o Planeta Vermelho, que deverá acontecer em 2020. Ela terá como objetivo a coleta de amostras e um possível retorno à Terra. Em 2020, os cientistas esperam ter amostras de materiais rochosos de Marte, e estudá-las de maneira muito mais profunda.

Sobre as outras grandes descobertas feitas pela sonda Curiosity, a detecção de um pico intrigante e misterioso de gás metano na atmosfera de Marte (observado entre o final de 2013 e o início de 2014) sugere que podem haver formas de vida que produziram essa grande quantidade repentina de metano, porém, até o momento, não há como dizer se essa grande produção de metano tem origem biológica ou não. Outra grande descoberta revelada pela missão trata da proporção de hidrogênio para deutério (também conhecido como "hidrogênio pesado") nas amostras de Cumberland, que fornecem pistas importantes sobre quando o Planeta Vermelho perdeu sua água de superfície.

A sonda Curiosity pousou em Marte em agosto de 2012, e agora está explorando a região do Monte Sharp, que se eleva a 5,5 km a partir do centro da enorme cratera Gale.

Fonte: NASA
Imagens: NASA / JPL-Caltech / MSSS

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sábado, 13 de dezembro de 2014

10 Hotspots para Observar o Céu Noturno no Brasil



Gosta de observar as estrelas? Então essa lista vai te interessar. Abaixo temos as dez melhores cidades no Brasil para observar o céu noturno. Geralmente os astrônomos recomendam você ir para locais que estão no minimo 50 km dos centros urbanos, onde não haja poluição luminosa.

O Brasil está repleto de locais ideais para fazer observações, veja:

- Sossêgo (PB), fica a 237 km de João Pessoa

- Arcoverde (PE), fica a 252 km do Recife

- Itacuruba (PE), fica a 466 km do Recife

- Pé de Serra (BA), fica a 173 km de Salvador

- Anápolis (GO), fica a 55 km de Goiânia

- Itabira (MG), fica a 99 km de Belho Horizonte

- Nova Friburgo (RJ), fica a 137 km do Rio de Janeiro

- Atibaia (SP), fica a 60 km de São Paulo

- Paranaguá (PR), fica a 90 km de Curitiba

- Novo Hamburgo (RS), fica a 60 km de Porto Alegre

Veja um exemplo de um belo céu noturno aqui mesmo no Brasil:


O vídeo time-lapse acima, não é somente mais um vídeo time-lapse, na verdade é um vídeo de extrema beleza que fará você ganhar cinco minutos do seu dia para ver essas imagens

O projeto brasileiro com qualidade inédita “Mandacaru” relatou as circunstâncias para registrar o vídeo: “Saímos do Rio de Janeiro, bairro de Copacabana, em um fusca de ano 1994, com destino o sertão do Ceará”. 


“Foram mais de 2.700 km de ida, viajamos durante três dias, 900 km por dia, em média, 14 horas por dia de direção”. 


O Mandacaru também relata os problemas que tiveram durante sua viagem: “O primeiro problema ocorreu na Serra de Petrópolis, o motor do fusca parou”. “Não podíamos abortar nossa viagem!” 

Através de uma ligação e com todo o empenho e esforço possível, o motor voltou a funcionar e eles puderam continuar com sua missão. Chegando perto do destino eles dormiram em hotéis de beira de estrada durante a noite. 

Faltando 300 km para chegarem a Parambu, Ceará, eles perceberam que o motor do carro começou a trabalhar com apenas dois cilindros. “Foram os 300 km mais longos, demorados e sofridos de nossas vidas”. 


“Percorremos de fusca aproximadamente 2363.12 km para chegarmos em uma cidade, onde existem cinco moradores, ficamos no local mais de duas semanas, registrando imagens raras”. 

Chegando ao Sertão dos Inhamuns, onde a umidade do ar fica entre 33% e 45%, assim deixando a atmosfera com pouca umidade e a poluição do ar e a poluição luminosa no local é praticamente 0% ao redor de seus 63 km quadrados, assim eles acreditam que lá exista um dos melhores pontos de observação do Brasil

Caso queiram saber toda essa história entre no FACEBOOK.
https://www.facebook.com/CaravanaTimeLapse

        

quinta-feira, 4 de dezembro de 2014

5 processos biológicos que seu corpo está fazendo agora e você nem se dá conta disso



1 – Uma questão de cheiro e gosto

Se você acha que apenas seu rosto tem células receptoras de cheiro e gosto, prepare-se para se surpreender: pesquisas realizadas na última década revelaram que partes do corpo humano como rins, coração, espinha, trato respiratório e até mesmo nossas células sanguíneas têm receptores de cheiro e gosto!

Nos rins, cientistas encontraram receptores de cheiro dentro de um componente conhecido como “mácula densa”. Essa região é a responsável por regular a filtragem do sangue e a produção de urina, mas a presença dessas células relacionadas ao cheiro sugere que nossos rins literalmente cheiram e/ou sentem o gosto do xixi que produzimos, quase como se isso fosse uma análise química, digamos assim.

Outro experimento indicou que nosso sangue também consegue sentir cheiro. Bizarro, não é? Para chegar a essa conclusão, os pesquisadores colocaram células sanguíneas em uma câmara e adicionaram à mistura um componente de odor. Acredite você ou não, as células sanguíneas se movimentavam em direção ao odor.

E não é apenas o sangue que consegue detectar odores, não! O esperma também parece fazer a mesma coisa! Pesquisas indicam que as células reprodutoras masculinas usam seus receptores de cheiro para chegarem até o óvulo. Pelo visto somos muito mais eficientes do que imaginávamos, hein!

2 – As sinapses

O cérebro é um órgão espetacular que, basicamente, controla tudo o que você faz e, inclusive, o que você é. O órgão é tão complexo que a Ciência está longe de poder dizer que sabe tudo sobre ele e, por isso, cada nova descoberta é digna de comemoração.

Por muito tempo o consenso era de que o cérebro humano tinha 100 bilhões de neurônios. Um estudo mais intenso revelou que esse número é, na verdade, menor: ao que tudo indica, temos “apenas” 86 bilhões de neurônios.

A questão surpreendente no quesito neural não é nem o número dessas células, mas a quantidade de conexão feita entre os neurônios. A essas ligações a Ciência deu o nome de “sinapse”.

A todo o momento seu cérebro está criando novas sinapses, e, se para você fica mais fácil entender a imensidão da coisa usando números, vamos a eles: seu cérebro é capaz de produzir 100 trilhões de sinapses – só para você ter ideia, esse número é equivalente a mil vezes o número de estrelas da Via Láctea.

Se ainda não está fácil entender o poder da máquina que você carrega dentro do seu crânio, saiba que, em 2013, cientistas alemães e japoneses tentaram construir uma máquina que fosse capaz de simular o poder do cérebro humano. Para isso, foram necessários 82.944 processadores e, para arquivarem o mesmo número de informações que o cérebro processa em um segundo, essa máquina levou 40 minutos.

3 – Seu ouvido é um termômetro

Evoluímos para nos adaptarmos melhor ao ambiente que nos cerca e, pelo jeito, até mesmo nossos ouvidos, com o passar do tempo, começaram a adquirir outras funções além da básica, que é escutar.

O formato da orelha humana, com tantas dobraduras, não é apenas uma questão de estilo, mas uma forma que nosso corpo encontrou para conduzir melhor as ondas sonoras à nossa volta, de modo que possamos identificar a direção do som que vem até nós. 


O que muita gente nem faz ideia é que, pelo ouvido, conseguimos escutar a temperatura. Sim, você leu certo: escutar a temperatura.

Esse conceito pode até parecer meio sinestésico demais, mas um experimento feito na Grã-Bretanha comprovou que os participantes conseguiam saber se uma xícara de chá continua a bebida quente ou fria apenas ouvindo o barulho do líquido sendo servido.

Os resultados do teste mostraram que 96% dos voluntários conseguiram apontar com exatidão se o chá estava quente ou frio. Há quem acredite que isso acontece devido a diferenças de viscosidade entre o chá quente e o frio, afinal as moléculas do líquido gelado são menos enérgicas – isso faz com que o chá quente, quando derramado na xícara, produza um barulho mais suave que, sem nem nos darmos conta, conseguimos distinguir graças às nossas orelhas poderosas.

4 – Ácido, ácido, ácido, muito ácido

O processo de digestão envolve uma quantidade absurda de ácido clorídrico que derrete o alimento que você ingere. Esse ácido é extremamente corrosivo – capaz de corroer aço, só para você ter ideia – e, mesmo assim, nós vivemos com esse tipo de substância dentro de nós mesmos. Como será que esse ácido não nos derrete também?

Bem... Na verdade, ele nos derrete, sim. Felizmente, nosso estômago é capaz de se regenerar diversas vezes seguidas – ufa! A verdade é que o estômago é formado por células especiais que secretam uma proteína capaz de nos proteger desse banho de ácido.

Funciona assim: depois que o alimento é digerido, as células estomacais neutralizam o efeito do ácido, transformando-o em um material alcalino. Assim o alimento digerido não passa pelo intestino queimando tudo e seu estômago não derrete.

A bizarrice nessa coisa toda está no fato de que mesmo a melhor proteção estomacal não é capaz de livrar o órgão da corrosão. Doses de ácido clorídrico estão, aos poucos, comendo você por dentro. A cada três dias a membrana que reveste seu estômago é substituída por uma nova, ou seja: a pele do seu estômago é completamente corroída duas vezes por semana e renasce ao fim de cada processo.

5 – Câncer

Você pode manter alguns hábitos saudáveis, como não fumar, praticar atividades físicas e tentar manter uma alimentação balanceada, mas a verdade é que mulheres têm 38% de chances de desenvolver algum tipo de câncer – nos homens, as chances sobem para 43%.

As chances são assim tão altas porque, infelizmente, nosso corpo contribui para o desenvolvimento da doença, que surge quando uma célula é danificada de forma que seu DNA seja alterado e se programe para matá-la. Assustadoramente, isso acontece em uma proporção absurda: cada uma das muitas trilhões de células do seu corpo pode sofrer milhares de lesões por dia. Seu corpo é praticamente uma bomba-relógio.

Biologicamente inteligente que somos, nosso corpo conta com a ajuda de algumas enzimas que fiscalizam o DNA das nossas células, na tentativa de deixá-lo saudável e não autodestrutivo. Essas enzimas conseguem identificar erros celulares e, felizmente, na maioria das vezes, dão conta do recado e reconstituem tudo, antes que essas alterações se transformem em doença.

O fato de que algumas pessoas desenvolvem câncer nos prova que esse sistema de regeneração não é o mais efetivo de todos, mas ainda assim é um alívio sabermos que contamos com ele.

sexta-feira, 28 de novembro de 2014

Sonido fantasma perturba pessoas ao redor do mundo



Zumbido misterioso vem sendo ouvido em todo o mundo

Conhecido como Hum, um constante e monótono som vem sendo constantemente ouvido em diversos lugares, sobretudo na Inglaterra e Escócia.

Mas o que forma o zumbido, e por que só afeta uma pequena porcentagem da população em determinadas áreas, é um mistério, apesar de uma série de investigações científicas.

Relatórios começaram a surgir durante a década de 1950 a partir de pessoas que nunca tinham ouvido nada de anormal até então. De repente, elas eram atormentadas por um zumbido chato de baixa freqüência , latejante ou um estrondo.

Os casos parecem ter vários fatores em comum: Geralmente, o zumbido é apenas ouvido dentro de casa, e é mais forte à noite do que durante o dia. Também é mais comum em ambientes rurais ou suburbanos; relatos do zumbido são raros em áreas urbanas, provavelmente por causa do barulho de fundo constante em cidades populosas.


Quem ouve o Hum?

Apenas cerca de 2% das pessoas que vivem em uma determinada área Hum está propensa a ouvir o som, e a maioria delas tem entre 55 e 70 anos, de acordo com um estudo realizado em 2003 pelo consultor acústico Geoff Leventhall, de Surrey, na Inglaterra.

A maioria das pessoas que ouvem a Hum o descrevem como um som semelhante a um motor diesel em marcha lenta nas proximidades. E o Hum levou praticamente cada um deles a ponto do desespero:
“É um tipo de tortura, às vezes, você só quer gritar,” disse o aposentado Katie Jacques, de Leeds, Inglaterra. 
Leeds é um dos vários lugares da Grã-Bretanha onde o zumbido apareceu recentemente. 
“É pior à noite”, disse Jacques. “É difícil dormir com esse som pulsando no fundo.”
Sendo descartados como malucos, a maioria das pessoas que ouvem o Hum têm uma audição perfeitamente normal. Elas queixam-se de dores de cabeça, náuseas, tonturas, sangramento nasal e distúrbios do sono. Pelo menos um suicídio no Reino Unido foi acusado ao Hum, segundo a BBC.


As zonas Hum

Bristol, na Inglaterra, foi um dos primeiros lugares na Terra onde o Hum foi relatado. Na década de 1970, cerca de 800 pessoas na cidade costeira relataram ter ouvido um som vibrando constantemente, que acabou por ser atribuído a circulação de veículos e fábricas locais trabalhando em turnos de 24 horas.

Outro Hum famoso ocorreu perto Taos, no sul dos Estados Unidos, na primavera de 1991. A equipe de pesquisadores da Universidade do Novo México e outros especialistas regionais foram incapazes de identificar a origem do som.

Windsor, no Canadá, é outro local onde constantemente se ouve o Hum. Pesquisadores da Universidade de Windsor recentemente analisaram o Hum local e tentaram determinar sua causa.
Os pesquisadores também têm investigando o Hum em Bondi, uma área costeira de Sydney, na Austrália, durante vários anos, sem sucesso.


O que causa o Hum?

A maioria dos pesquisadores que investiga o Hum expressa alguma confiança de que o fenômeno seja real, e não resultado de histeria em massa ou extraterrestres transmitindo sinais para a Terra a partir de suas naves espaciais.

Equipamentos industriais são geralmente a primeira fonte de suspeita do zumbido. Em um exemplo, Leventhall foi capaz de traçar o ruído a unidade de aquecimento central de um prédio vizinho em Kokomo, cidade do estado de Indiana, EUA.

Outras fontes suspeitas incluem linhas de alta pressão de gás, linhas de energia elétrica, dispositivos de comunicação sem fio, entre outros. Há alguma especulação de que o zumbido possa ser o resultado da radiação eletromagnética de baixa frequência, audível apenas para algumas pessoas. Fatores ambientais também têm sido responsabilizados, incluindo microssismos muito fracos – tremores de terra de baixa frequência que podem ser gerados pela ação das ondas do mar.

Outras hipóteses, incluindo experimentos militares e comunicações de submarinos, também foram levantadas. Por enquanto, os ouvintes da Hum devem recorrer a dispositivos para reduzir ou eliminar o ruído irritante.

Leventhall, que recomenda que alguns ouvintes façam alguma terapia cognitivo-comportamental para aliviar os sintomas causados ​​pelo zumbido, não está confiante de que o enigma seja resolvido em breve.
“Tem sido um mistério durante 40 anos, então ele pode muito bem continuar a ser um por muito mais tempo”, Leventhall disse à BBC. 
Fonte: LiveScience


quinta-feira, 20 de novembro de 2014

MITOS SOBRE O VÍCIO EM CRACK





Muito antes de ele trazer pessoas para seu laboratório, na Universidade de Columbia, para fumar crack, Carl Hart viu os efeitos da droga em primeira mão. Crescendo na pobreza, ele assistiu os parentes se tornarem viciados em crack, vivendo na miséria e roubando de suas mães. Amigos de infância acabaram em prisões e necrotérios.

Esses viciados pareciam escravizados pelo crack, como ratos de laboratório que não conseguiam parar de pressionar a alavanca para obter mais cocaína, mesmo quando eles estavam morrendo de fome. O crack fornecia a poderosa dopamina ao centro de recompensa do cérebro, de modo que os viciados não poderiam resistir a uma outra dose.

Pelo menos era assim que Dr. Hart pensava quando ele começou a sua carreira de pesquisador na década de 1990. Como outros cientistas, ele esperava encontrar uma cura para o vício neurológico, algum mecanismo de bloqueio da atividade da dopamina no cérebro, de modo que as pessoas não sucumbissem ao desejo de outra forma irresistível para a cocaína, heroína e outras drogas altamente viciantes.

Mas, depois, quando ele começou a estudar os viciados, ele viu que as drogas não eram tão irresistíveis, afinal.

“Oitenta a 90 por cento das pessoas que usam crack e metanfetamina não ficam viciadas”, diz o Dr. Hart, professor associado de psicologia. “E o pequeno número de pessoas que se tornam viciadas não se parecem com as populares caricaturas de zumbis.”, disse em entrevista ao NY Times.

Dr. Hart recrutou viciados oferecendo-lhes a chance de fazer 950 dólares, enquanto fumavam crack feito a partir de cocaína farmacêutica. A maioria dos entrevistados, assim como os viciados que ele conheceu crescendo em Miami, eram homens negros de bairros de baixa renda. Para participar, eles tinham que viver em uma enfermaria de hospital por várias semanas durante o experimento.

No início de cada dia, com pesquisadores assistindo através de um espelho unidirecional, uma enfermeira colocava uma certa dose de crack em um tubo – a dose variava diariamente. Apesar de fumar, o participante ficava de olhos vendados para que não pudesse ver o tamanho da dose desse dia.

Em seguida, depois do uso inicial, eram oferecidas a cada participante mais oportunidades, durante o dia, para fumar a mesma dose. Mas, a cada vez que a oferta era feita, os participantes também podiam optar por uma recompensa diferente, a qual poderiam obter quando finalmente deixassem o hospital. Às vezes, a recompensa era de US $ 5 em dinheiro, e às vezes era um voucher de R $ 5 para mercadoria em uma loja.

Quando a dose de crack era relativamente alta, o participante, normalmente, escolhia continuar a fumar durante o dia. Mas quando a dose era menor, era mais provável a escolha do prêmio alternativo.


“Eles não se encaixavam na caricatura do viciado em drogas que não conseguem resistir à próxima dose”, disse Hart. “Quando eles receberam uma alternativa para parar, eles fizeram decisões econômicas racionais.”

Quando a metanfetamina substituiu o crack como o grande flagelo da droga nos Estados Unidos, Dr. Hart trouxe viciados em metanfetamina em seu laboratório para experimentos semelhantes – e os resultados mostraram decisões igualmente racionais. Ele também verificou que quando aumentou a recompensa alternativa para US $ 20, os viciados em metanfetamina e crack escolheram o dinheiro. Os participantes sabiam que iriam receber o dinheiro somente no fim do experimento, semanas depois, mas eles ainda estavam dispostos a esperar, abrindo mão do prazer imediato da droga.

As descobertas feitas Dr. Hart o fizeram repensar tudo o que ele tinha visto na juventude, como ele relata em seu novo livro, “Alto Preço”. É uma combinação fascinante de memórias e ciência: cenas dolorosas de privação e violência acompanhadas por análise serena do histórico de dados e resultados de laboratório. Ele conta histórias horripilantes – sua mãe o atacou com um martelo, seu pai encharcado com um pote de calda fervente – mas então ele olha para as tendências que são estatisticamente significativas.

Sim, diz ele, algumas crianças foram abandonadas pelos pais viciados em crack, mas muitas famílias de seu bairro foram dilaceradas antes do crack – incluindo a sua. (Ele foi criado em grande parte por sua avó.) Sim, os primos se tornaram viciados em crack, vivendo em um galpão abandonado, mas tinham abandonado a escola e estavam desempregados, muito antes do crack.

“Parece haver muitos casos em que as drogas ilícitas têm pouco ou nenhum papel para a ocorrência daquelas situações degradantes”, escreve o Dr. Hart, agora com 46 anos. Crack e metanfetamina podem ser especialmente problemáticas em alguns bairros pobres e áreas rurais, mas não porque as próprias drogas são tão potentes.

“Se você está vivendo em um bairro pobre privado de todas as opções, há uma certa racionalidade em continuar a tomar uma droga que vai lhe dar algum prazer temporário”, disse o Dr. Hart em uma entrevista, argumentando que a caricatura de viciados em crack escravizados vem de uma má interpretação das famosas experiências com ratos.

“O principal fator é o ambiente, se você está falando de seres humanos ou ratos”, disse Hart. “Os ratos que continuam pressionando a alavanca para a obtenção de cocaína são os que foram criados em condições solitárias e não têm outras opções. Mas quando você enriquece o seu ambiente, dando-lhes acesso a doces e deixando-os brincar com outros ratos, eles deixam de pressionar a alavanca”.

“Guerreiros contra as drogas” podem ser céticos em relação a seu trabalho, mas alguns outros cientistas estão impressionados. “O argumento geral de Carl é persuasivo e referendado pelos dados”, disse Craig R. Rush , um psicólogo da Universidade de Kentucky que estuda o abuso de estimulantes. “Ele não está dizendo que o abuso de drogas não é prejudicial, mas ele está mostrando que as drogas não transformam as pessoas em lunáticos. Elas podem parar de usar drogas quando são fornecidos reforçadores alternativos”.

via NY Times (tradução: Visão Ampla).

segunda-feira, 17 de novembro de 2014

Mobiliário Universal




Que tal uma poltrona que pode se adaptar em qualquer cômodo da casa, até em numa parede curva? Conheça o novo conceito em design de móveis, a invenção russa denominada mobiliário universal.



sexta-feira, 14 de novembro de 2014

Atmosfera solar


A Lua :: The Moon



Você nunca viu a nossa Lua assim:

De pertinho, em todos os detalhes - e girando! 

À medida que gira em torno de seu próprio eixo, nosso satélite natural também gira em torno da Terra e, por isso, exibe sempre a mesma 'face' para nós, mantendo a outra oculta - seu famoso (e erroneamente nomeado) 'lado escuro'. 

Mas essa animação da Nasa, criada com imagens da Nasa's Lunar Reconnaissance Orbiter, sonda que orbita o satélite, nos permite vislumbrar esse movimento completo! Duas novas missões devem explorá-la num futuro próximo: uma, recém-lançada pela Nasa, analisará a fina atmosfera lunar a partir de outubro. Outra, chinesa, deve enviar em breve um veículo robótico para explorar sua superfície. 

Ah, a posição inicial do vídeo retrata a nossa visão aqui da Terra.



quinta-feira, 13 de novembro de 2014

O relativismo e a verdade

Putnam (foto) nos diz que: (1) a verdade é independente da justificação aqui e agora, mas não de toda justificação. 

Afirmar que um enunciado é verdadeiro é afirmar que ele poderia ser justificado, e (2) presume-se que a verdade seja estável e "convergente"; se um enunciado assim como sua negação pudessem ser "justificados", mesmo em condições tão ideais quanto se possa esperar, não haveria sentido em pensar o enunciado como tendo um valor-de-verdade"(3)

Portanto, sem pretender formular uma exata definição de verdade, Putnam explica a noção de verdade como uma idealização da aceitabilidade racional e, portanto, como um conceito-limite objetivo e transcultural. Para Putnam (1983), a verdade é um ideal regulador em direção ao qual nossa investigação racional deve convergir. Para a maioria dos enunciados, existem condições epistêmicas melhores e piores, embora Putnam saliente que: 

"Não há uma simples regra geral ou método universal para saber que condições são melhores ou piores para justificar um juízo empírico arbitrário." (p. XVII)

Ainda que Putnam reconheça que a "verdade" é tão vaga e dependente do interesse e do contexto quanto nós, e que não há uma matriz fixa e a-histórica de padrões de racionalidade, uma tese central do seu realismo interno é que se trata de uma questão objetiva a de:

"qual seria o veredicto se as condições fossem suficientemente boas, um veredicto a que a opinião deveria ‘convergir’ se fôssemos razoáveis."(4) 

Em termos comparativos, "deve haver um sentido objetivo em que alguns juízos sobre o que é ‘razoável’ são melhores que outros."(5) Não importa qual seja o contexto histórico e cultural.

1. (Cf. Siegel, 1987) 
2. (Cf. Harré e Krausz, 1996) 
3. (Putnam, 1981, p. 56) 
4. (1983, p. XVIII) 
5. (Putnam, 1987, p. 74)

sábado, 8 de novembro de 2014

Pontos de Lagrange Sol-Júpiter e asteróides troianos



O Sol e Júpiter são os dois maiores objetos do sistema solar. Eles criam regiões interessantes de interação gravitacional chamadas de Pontos de Lagrange, que são lugares estáticos relativamente a Júpiter (acompanham o movimento orbital de Júpiter). Os asteróides em verde e os vermelhos do lado oposto da órbita de Júpiter estão concentrados em três pontos de Lagrange, resultando nesse padrão que vemos.



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sexta-feira, 7 de novembro de 2014

LSD, o DMT e outras substâncias no tratamento de depressão, ansiedade e adições

Drogas psicodélicas voltam aos laboratórios e aos divãs 


Entre o Prozac e o LSD há um abismo. Aos poucos ele se estreita


Após meio século de proibição, o uso do LSD, o DMT e outras substâncias ganha estudos para o tratamento de depressão, ansiedade e adições 



Quando o químico Albert Hoffmann fez o primeiro teste com o ácido lisérgico, que descobrira por acidente em seu laboratório na Suíça em 1943, era o auge da Segunda Guerra Mundial. Os carros estavam proibidos. Então lá foi ele de bicicleta para casa, após ingerir 250 microgramas de LSD, sem saber que, no caminho, seria assombrado por alucinações, seguidas por radiante felicidade e uma explosão de sons e cores, da memória e da imaginação. 


A surpresa com os efeitos psicodélicos só não foi maior que a imediata esperança de a droga servir um dia à psiquiatria. Até hoje os adeptos celebram o Dia da Bicicleta. Mas seu uso terapêutico, aventado nos anos 1960 por promissoras pesquisas, infelizmente acabara tolhido pela guinada proibicionista. Mas só até poucos anos atrás. Entre o velho Prozac, símbolo da geração que abraçou drogas legais para aplacar as dores da mente, e o LSD da contracultura ainda há um abismo, mas que começa a se estreitar com o florescimento da ciência psicodélica. 

É a “primavera” da área, diz a Scientific American em artigo que repassa os vários estudos recentes. Em 2012, uma análise de dados colhidos nos anos 1960 indicou que o LSD pode tratar o alcoolismo. Quatro meses atrás, uma pesquisa realizada na Suíça, onde Hoffmann divisou seu potencial médico, mostrou que, associado à psicoterapia, o ácido reduz a ansiedade em pacientes terminais. 

Resultados semelhantes com MDMA, ayahuasca e psilocibina têm sido chancelados por estudos de ressonância magnética. Depressão, ansiedade, estresse pós-traumático e adições, antes intratáveis, divisam chances de cura. “É, definitivamente, uma renascença”, diz Rick Doblin, fundador da MAPS, associação criada em 1986 para apoiar tais estudos. 

“Há hoje mais pesquisa com psicodélicos do que nos últimos 45 anos.” 

 Claro, ainda há entraves. O governo americano, norte das políticas do tipo no mundo, resiste em retirar tais drogas do chamado “Schedule I”, de “alto potencial de abuso e nenhuma aplicação médica aceita”. Para ter acesso a elas, é preciso vencer a burocracia da FDA (agência regulatória de remédios), DEA (de combate aos entorpecentes) e comitês de ética. Mas já foi pior. Em 1990, quando o psiquiatra Rick Strassman quis pesquisar o efeito curativo do DMT, defrontou-se com uma situação digna de Kafka. 

Para testar a droga em humanos, era preciso receber autorização da FDA, que exigia comprovação de sua segurança. Mas, para isso, era preciso testá-la e a DEA pedia justamente o O.K. da FDA antes de liberar a droga para os testes. “Eu chamo o primeiro artigo que publiquei de ‘e se eu for atropelado por um ônibus antes de publicar qualquer dado?’”, brinca Strassman. 

“Temia morrer antes de a pesquisa servir para algo.” Isso sem falar do preconceito. “Jovens pesquisadores tinham interesse, mas também medo de se associar a uma área tão contaminada por publicidade negativa no passado.” 

 A questão remonta aos anos 1960 dos hippies e Timothy Leary. Quando começou seus experimentos com LSD, Leary era um respeitado psicólogo de Harvard testando a droga para reabilitação social e cura de adições. Os resultados eram animadores. Mas ele logo foi alçado a guru. No auge do movimento hippie, a droga que podia abrir as portas da percepção transformou-se no símbolo da contracultura e acabou vitimada cientificamente por isso. 

Leary foi preso pela onda proibicionista de Richard Nixon, que tornou ilegais todas as drogas psicodélicas em 1970, até para pesquisa. A ONU seguiu o caminho. Foi o fim. “Verdade que perdemos muito em novos tratamentos para os males psiquiátricos mais difíceis”, diz o professor de psiquiatria da Universidade da Califórnia, Charles Grob. “Mas talvez nossa cultura não estivesse preparada para lidar com elas da forma prudente de hoje.” Paradoxalmente, os psicodélicos podem ser a nova fronteira para males para os quais as farmacêuticas não acham soluções. 

“O interesse cresce, enquanto as objeções diminuem”, diz Strassman. “O peso das evidências é tal que uma crítica moral seria vista como obscurantista”. 

Tanto que a virada deu-se a partir de pesquisas na Johns Hopkins, uma das instituições mais respeitadas do mundo. Em 1995, um estudo sobre o uso da psilocibina para tratar ansiedade terminal, publicado por um renomado cientista em um periódico de peso, deixou frutos e o centro virou referência em psicodélicos e adição. 

“Conduzir esse trabalho aqui ajuda a credibilidade”, diz Albert Garcia-Romeu, que ali pesquisa sobre tabagismo, com resultados “promissores”. 

Para ir além, é, porém, preciso realizar testes com humanos, longos e caros. A esperança está em gente como Amanda Feilding. A aristocrata britânica, fã da “expansão da autoconsciência”, criou uma fundação para financiar pesquisas com psicodélicos, como o de Mark Bolstridge, do Imperial College de Londres, sobre psilocibina para tratar depressão severa. 


Há pouco, a equipe recebeu um financiamento público de 500 mil libras, graças aos primeiros resultados bancados por Feilding. Assim, a pesquisa caminha num ciclo virtuoso. “A maré está virando, gradualmente, em favor dos psicodélicos”, diz Bolstridge. “Tenho certeza de que, em breve, os psicodélicos ganharão todo o respeito que merecem.” 

quinta-feira, 6 de novembro de 2014

A Psicanálise como fofoca: o rompimento entre Freud e Jung




Freud e Jung no banho turco, 1907
Psicanálise, grosso modo, consiste em fofoca estilizada. A cura (ou adaptação) pela fala que se revela na catarse sublimadora das minudências inconfessáveis do analisado, que fofoca de si pra si aquilo que cora de vergonha de contar pra alguém. 

O grande inventor do método foi o fofoqueiro Freud, que revelou pra humanidade as elucubrações inconfessáveis do subconsciente, que todo mundo varria pra debaixo do tapete. 

E seu primeiro grande seguidor foi Carl Gustav Jung, que logo em seguida bateu o pezinho e se rebelou contra o mestre. Como duas comadres fofoqueiras estilosas, ambos romperam para nunca mais.


A razão da ruptura foi a insistência de Jung em buscar algum sentido de transcendência maior para a psique humana. Cientista radical, Freud negava qualquer hipótese de cheiro de metafísica em seus trabalhos. 

Já Jung sismava com a mania de Freud de reduzir toda a psicopatologia da vida cotidiana a apelos inconscientes sexuais. O confronto de ambos deu-se sobretudo na disputa simbólica do inconsciente. 

Enquanto Freud destrinchava a tragédia grega e outras mitologias procurando as razões da perversão, da histeria, do desejo reprimido do filho pela mãe e de outras pulsões ocultas, Jung negava a abrangência absoluta das pulsões sexuais e ampliava o leque antropológico das referências mitológicas e antropológicas no subconsciente, proclamando o tal inconsciente coletivo que se alimentaria até mesmo do que desconheceria culturalmente. 

Na verdade, talvez inconscientemente, um compensava sua inabilidade no outro. Freud, com seu cientificismo rigoroso, talvez invejasse a fome de transcendência de Jung, que, por sua vez, "freudianamente" cortou o cordão umbilical com seu tutor paterno afetivo. Freud por fim fez biquinho pra o que ele chamou de "xamanismo" de Jung e o desapossou do cargo simbólico de herdeiro. As virtuosas comadres da fofoca estilizada nunca mais confabulariam até o túmulo.

Fofocas virtuais à parte, a única vez que procurei uma analista, busquei uma que fosse Junguiana, justamente pelo lado menos cientificista e mais transcendental (miraculoso?) de Jung. 

Queria, na verdade, um guru com pendores intelectuais que me oferecesse uma mágica. Precisava de um milagre, não exatamente me adaptar aos meus problemas (pressuposto da psicanálise). 

A senhora em questão polidamente sugeriu a hipótese de jogar as cartas para mim: Tarô - um método arquetípico de análise Junguiana. Dei meia volta e abandonei minha primeira e última sessão de análise. 

Gosto de acreditar em milagres, mas não a este ponto. Prefiro me enganar de maneiras mais sutis. Decepcionei Freud e Jung ao mesmo tempo, duvidando de um e me desapontando com o outro.
Adrilles Jorge

Fonte: http://www.issocompensa.com/2012/06/psicanalise-como-fofoca-o-rompimento.html