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domingo, 23 de junho de 2019

A importância da esperança e do otimismo em nossa vida

“Otimismo e esperança — da mesma forma que o sentimento de impotência e desespero — podem ser aprendidos.” 

Daniel Goleman, ph.D.

"A esperança, descobrem os pesquisadores modernos, faz mais do que oferecer um pouco de conforto na aflição; desempenha um papel surpreendentemente poderoso na vida. (...) A esperança, no sentido técnico, é mais do que uma visão otimista de que tudo vai dar certo. Snyder a define com mais especificidade como sendo a capacidade de “acreditar que se tem a vontade e os meios de atingir as próprias metas, quaisquer que sejam”.

As pessoas tendem a se diferenciar na medida em que têm esse tipo de esperança. Alguns julgam-se, geralmente, capazes de sair de uma enrascada ou encontrar meios de solucionar problemas, enquanto outros simplesmente acham que não têm a devida energia, que não possuem capacidade ou meios para atingir suas metas.

Snyder constata que as pessoas com altos níveis de esperança têm certos traços comuns, entre eles poder motivar-se, sentir-se com recursos suficientes para encontrar meios de atingir seus objetivos, tendo a certeza, mesmo diante de uma situação difícil, de que tudo vai melhorar, de ser flexível o bastante para encontrar meios diferentes de chegar às metas, ou trocá-las se não forem viáveis e de ter a noção de como decompor uma tarefa grande em parcelas menores, mais fáceis de serem enfrentadas.         

Da perspectiva da inteligência emocional, ser esperançoso significa que não vamos sucumbir numa ansiedade arrasadora, atitude derrotista ou em depressão diante dos desafios ou reveses difíceis. Na verdade, as pessoas esperançosas mostram menos depressão que as outras ao conduzirem suas vidas em busca de suas metas, são em geral menos ansiosas e têm menos distúrbios emocionais.

O otimismo, como a esperança, significa uma forte expectativa de que, em geral, tudo vai dar certo na vida, apesar dos reveses e frustrações. Do ponto de vista da inteligência emocional, o otimismo é uma atitude que protege as pessoas da apatia, desesperança ou depressão diante das dificuldades.

(...) Seligman¹ define o otimismo em termos de como as pessoas explicam a si mesmas seus sucessos e insucessos. Os otimistas veem um fracasso como devido a algo que pode ser mudado, para que possam vencer da próxima vez, enquanto os pessimistas assumem a culpa pelo fracasso, atribuindo-o a alguma imutável característica pessoal.

Por exemplo, como resposta a uma decepção como a rejeição num emprego, os otimistas tendem a reagir ativa e esperançosamente, formulando um plano de ação, por exemplo, ou buscando ajuda e aconselhamento; veem o revés como uma coisa que pode ser remediada.  Os pessimistas, ao contrário, reagem a esses reveses supondo que nada podem fazer para que as coisas melhorem da próxima vez, e, portanto, nada fazem em relação ao problema; justificam os reveses por alguma falha pessoal que sempre os perseguirá.

(...) Enquanto a atitude mental do pessimista conduz ao desespero, a do otimista gera a esperança."
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Fonte: GOLEMAN, Daniel, Ph.D. "Inteligência emocional: a teoria revolucionária que define o que é ser inteligente". Tradução de Marcos Santarrita. Rio de Janeiro: Objetiva, 2001. Cap. 6. p. 100-102.

Notas: Daniel Goleman, autor do texto acima,  é um jornalista científico dos Estados Unidos. Por doze anos, escreveu para o The New York Times, principalmente sobre avanços nos estudos do cerebro e das ciências comportamentais. Escritor de renome internacional, psicólogo, jornalista da ciência e consultante incorporado.

1- Martin Seligman é um psicólogo dos EUA. Professor da Universidade da Pensilvânia, Psicólogo, Ex-Presidente da Associação Americana de Psicologia. Autor de contribuição significativa na área de Psicologia positiva.