Destaques e considerações sobre a pesquisa da Secom que investigou o consumo de mídia no Brasil
* Jornal Nacional é o programa de TV mais assistido (36%) e o telejornal mais assistido (45%). O Jornal da Record é o segundo telejornal mais assistido, com 16% das respostas. Os telejornais das duas outras grandes emissoras (Band e SBT) ficam com 3% e 4% das respostas e outros jornais da Globo se destacam, como o Jornal Hoje e o Fantástico (que é o segundo programa mais assistido da TV, com 21% das respostas). Isso significa que a Globo mantém um controle muito grande da emissão do discurso jornalístico.
* Facebook é o site mais acessado da Internet (64%) seguido de muito longe pelos portais (cuja permanência no mercado é um fenômeno brasileiro) G1, R7, IG, UOL, Terra etc. (2% a 6%) e pelo site Globo.com com 7%. As outras redes sociais são muito menos citadas nas respostas (Twitter, por exemplo, com apenas 2%). Mesmo quando a pergunta é para fontes de informação, o Facebook se destaca com 31% das respostas com Globo.com com 7% e portais abaixo de 5%.
* O tempo de atenção dedicado à TV e à Internet é mais ou menos o mesmo (por volta de 3 horas e meia diárias). A diferença é que a atenção da TV está altamente concentrada na Globo e na Internet ela está difusa nos contatos nas redes sociais (sobretudo no Facebook).
* A revistas impressas são muito pouco lidas (apenas por volta de 10% dos respondentes) e entre as revistas de política, a leitura se concentra em Veja (25%), seguida de Época (8%) e Isto É (6%) -- Carta Capital não aparece. A leitura de revistas parece ser claramente um fenômeno de classe média, com a leitura concentrada em quem tem curso superior (16%) e renda acima de 5 salários mínimos (12%)
* Os jornais impressos são lidos por apenas 17% dos entrevistados e o consumo é maior na classe média (renda acima de 5 salários, 33% e escolaridade superior, 32%) e muito concentrado nos jornais populares (Extra, Super Notícias e Meia Hora). Os jornais "sérios" oscilam entre 1% e 4% (Globo, 4%; Zero Hora, 3%; Folha, 2%; Estado, 1%). O baixo índice de respostas dos chamados "jornais de circulação nacional" (Folha, Estado e Globo) deve-se muito provavelmente ao fato de serem efetivamente lidos apenas nas suas cidades de origem (e a amostra não conseguir capturar esse alto consumo na micro-região).
* A confiança nas notícias das diferentes mídias tem a seguinte escala de confiabilidade: TV e jornal impresso (49% a 53%), revistas (40%) e sites, blogs e redes sociais (22% a 28%)
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Algumas considerações rápidas:
* A TV é a principal fonte de informação e o Jornal Nacional é o jornalismo de maior impacto no país. A Internet tem grande penetração, mas a maior parte da atenção está difusa nas redes sociais, o que significa que essa atenção está dispersa na opinião das centenas de contatos de cada um no Facebook. Outras pesquisas mostram que a maior parte do conteúdo informativo das redes sociais é compartilhamento de fontes jornalísticas tradicionais (jornais, revistas e portais), mas que são ressignificadas no ato de compartilhamento (ganham novo destaque e comentário).
* Os Twitteiros que me perdoem, mas embora o Twitter seja uma rede mais aberta, com mais qualidade de conteúdo e que permite mais facilmente seguir sem ser seguido, no Brasil ele tem 40 vezes menos impacto que o Facebook.
* Os jornais impressos "sérios" e de "circulação nacional" são mais lidos que as revistas, tem mais credibilidade, mas não têm alcance verdadeiramente nacional. São lidos apenas nas cidades de Rio e São Paulo -- ou seja, a batalha informativa acontece de maneira muito concentrada regionalmente, não apenas na emissão, como na recepção.
* Uma política que busque gerar mais democracia e pluralidade nos meios de comunicação precisa limitar o monopólio informativo da Globo que controla TV, tem o maior jornal impresso e os dois maiores sites que não são redes sociais (globo.com e G1). Na TV é preciso mais canais e mais distribuição de audiência (ampliando por exemplo a TV paga).
* Na Internet é preocupante o domínio do Facebook que é uma rede com políticas pouco transparentes de hierarquização de feeds e privacidade. A contínua grande audiência dos portais -- que não acontece fora do Brasil -- é um fenômeno a ser estudado.
http://observatoriodaimprensa.com.br/download/PesquisaBrasileiradeMidia2014.pdf
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* A revistas impressas são muito pouco lidas (apenas por volta de 10% dos respondentes) e entre as revistas de política, a leitura se concentra em Veja (25%), seguida de Época (8%) e Isto É (6%) -- Carta Capital não aparece. A leitura de revistas parece ser claramente um fenômeno de classe média, com a leitura concentrada em quem tem curso superior (16%) e renda acima de 5 salários mínimos (12%)
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http://observatoriodaimprensa.com.br/download/PesquisaBrasileiradeMidia2014.pdf
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