Pesquisadores do Inpe integram colaboração científica que detectou as ondas...
A detecção de ondas gravitacionais, que confirmou parte fundamental da Teoria Geral da Relatividade, formulada por Albert Einstein, ganhou o Prêmio Nobel de Física, anunciou a Academia Real de Ciências da Suécia em 03 de outubro de 2017. Os norte-americanos Rainer Weiss, Kip Thorne e Barry Barish serão premiados pelo trabalho que resultou no Observatório Interferométrico de Ondas Gravitacionais Ligo (do inglês Laser Interferometer Gravitational-wave Observatory), do qual participam cientistas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), em São José dos Campos (SP). A primeira detecção foi realizada em 2015 e inaugurou um novo campo da astronomia.
“Este é um reconhecimento histórico para a área e para o trabalho árduo de todos os envolvidos nela. Com o anúncio, fica claro que a comunidade científica reconhece como inaugurada a Astronomia de Ondas Gravitacionais. Falta agora a ação das fontes de financiamento científico brasileiro (CNPq, Capes, Faps) para criarem esta nova subárea de pesquisa nos formulários de pedidos de apoio”, afirmou o pesquisador Odylio Denys Aguiar.
Ele participa da Colaboração Científica Ligo junto com outros cinco membros na Divisão de Astrofísica do Inpe: César Augusto Costa, Márcio Constâncio Jr, Elvis Camilo Ferreira, Allan Douglas dos Santos Silva e Marcos André Okada.
O grupo do Inpe trabalha no aperfeiçoamento da instrumentação de isolamento vibracional e térmica do Ligo, na sua futura operação com espelhos resfriados. O principal objetivo é aumentar a sensibilidade dos detectores para observar mais fontes de ondas gravitacionais. Além disso, o grupo atua na caracterização dos detectores, buscando determinar as suas fontes de ruído e a redução dos seus efeitos nos dados coletados, permitindo que sinais de ondas gravitacionais fortes sejam mais facilmente localizados.
Ondas gravitacionais carregam informações sobre suas origens e sobre a natureza da gravidade que não podem ser obtidas de outra forma. As ondulações no tecido do espaço-tempo provocadas pela colisão de buracos negros haviam sido previstas, mas nunca observadas antes do Ligo.
De acordo com a relatividade geral, um par de buracos negros orbitando entre si perde energia através da emissão de ondas gravitacionais, fazendo-os se aproximarem gradativamente ao longo de bilhões de anos e bem mais rápido nos minutos finais. Durante a fração final de segundo, os buracos negros colidem um contra o outro com velocidade aproximadamente igual à metade da velocidade da luz e formam um buraco negro mais massivo, convertendo em energia uma porção da massa total do par, de acordo com a fórmula de Einstein E=mc2.
Fonte: Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações
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