Entre 14 e 23 de junho, a Ocupa dos Povos criou um território livre do controle público e privado da cidade. Um território de experimentação.
Nesses 10 dias, levantamos as barracas tomados de uma indignação que não podia caber na Rio + 20 ou na Cúpula dos Povos.
Ativistas da Ocupa Rio, Ocupa Sampa, Ocupa BH, Ocupa Salvador, Ocupa Porto Alegre, Ocupa Belém, punks, poetas de rua, hippies, índios, ciganos e outros grupos acamparam ao lado da Praça Paris, (http://goo.gl/maps/jU8N) entre o Aterro e o Passeio Público.
Nesses 10 dias, levantamos as barracas tomados de uma indignação que não podia caber na Rio + 20 ou na Cúpula dos Povos.
Ativistas da Ocupa Rio, Ocupa Sampa, Ocupa BH, Ocupa Salvador, Ocupa Porto Alegre, Ocupa Belém, punks, poetas de rua, hippies, índios, ciganos e outros grupos acamparam ao lado da Praça Paris, (http://goo.gl/maps/jU8N) entre o Aterro e o Passeio Público.
Como resultado imediato, pela primeira vez se estabeleceu a rede brasileira de Ocupas, que já está se animando para a próxima data-chave do movimento, o 15 de Outubro. Com um pico de 50 barracas, ocorreram assembléias, grupos de trabalho, debates, discussões, midialivrismo, rodas de música, poesia, café e outros mundos. Deitamos no papelão, fizemos cartazes e sites, desviamos eletricidade, comemos com as mãos, batemos lata, nos pintamos, nos devoramos e nos amamos, e marchamos, ficamos nus, queimamos coisas, queimamos as vaidades e nossos tigres de papel.
Com irresignação, mas sempre inventivos, participamos dos atos na Vila Autódromo e na Marcha dos Povos, além de interrompermos a via expressa do Aterro. Este protesto, — em homenagem à ocupante Marília, atropelada no segundo dia da acampada, — chegou a ser covardemente reprimido com a tropa de choque e o caveirão.
Numa irresolúvel forma de fazer política, a Ocupa dos Povos se fez ouvir. Afirmou a força e a continuidade do movimento Occupy em terras brasileiras. Ao choque de ordem das forças fascistas que desmandam nesta metrópole, a Ocupa dos Povos chocou monstros, subversivos da ordem posta, do bom tom, das identidades comezinhas, — subdesenvolveu-se maravilhosa e perigosa, — e forjou a verve de seu próprio meio ambiente, culturamente rico, saturado de relações sociais, de encontros os mais intensos e intensivos. Uma desorganização não-governamental, uma DONG. Índios da metrópole em meio à miséria e ao deserto de cúpulas, conferências, plenárias, chapas brancas, dos colonizadores e seus cães de capacete. Se o homem veio do deserto, a floresta o seguirá.
via http://www.ocupario.org
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