Os pré-candidatos à Presidência da República, Marina Silva e
Aécio Neves, mostraram-se descontentes, no início da semana, com a presidente
Dilma Rousseff. Dilma assumiu uma postura dura para tentar impedir a criação de
novos partidos políticos. Enquanto isso Marina lidera um movimento nacional,
suprapartidário, contra o projeto que limita o tempo na TV e repasse de verba
originada do fundo partidário para novos partidos.
Segundo noticiou "O Globo", "a ex-senadora
Marina Silva intensificou os ataques à presidente Dilma Rousseff e à operação,
que , declarou, claramente está sendo articulada pelo Palácio do Planalto para
sufocar a criação de seu partido, o Rede Sustentabilidade".
O mesmo jornal cita reunião, realizada dia 23/04, no
gabinete do senador Pedro Simon (PMDB-RS), da qual participaram lideranças do
PSB, PSDB, PDT , PSOL e o pré-candidato tucano Aécio Neves (MG). No encontro
disseram que o movimento vai reagir ao que chamaram de “pacote de Abril
moderno”, comparando com o Pacote de Abril que editou o AI-5. O jornal carioca
também diz que Marina "não entende o medo de Dilma e essa articulação para
sufocar a criação de outros partidos.
— Por que esse medo? Ela não precisa disso! Tem todos os
partidos grandes ao seu lado, um popularidade alta, 39 ministérios, o Bolsa
Família, o PAC, o Renan, o Sarney. Por que o medo de 35 segundos de um partido
recém-criado na TV? Mas talvez eles saibam de alguma coisa que não sabemos. Vou
repetir uma frase do Victor Hugo: nada mais potente do que uma ideia cujo tempo
chegou. Se tentam represá-la, vira pororoca — disse Marina.”
Assim a campanha ao Palácio do Planalto começa há mais de um
ano antes do pleito. Já existe até pesquisa de intenção de voto, realizada pelo
IBOPE, na qual a atual presidente lidera com larga vantagem sobre os demais
pré-candidatos.
É justa a iniciada no senado, dos pré-candidatos que não tem
a maquina do governo federal ao seu lado, para brecar a mesma. Dilma já
transforma inauguração de obras e discursos em comícios, e, sendo conhecida das
massas se aproveita da popularidade que o cargo lhe confere. Queimar a largada
parece ser estratégia da candidata petista à reeleição, para manter e fazer
crescer, sua popularidade junto ao eleitorado. A antecipação da corrida
presidencial deixa transparecera que o Planalto está realmente preocupado com Marina
Silva e sua rede.
Enquanto o resultado do julgamento do "mensalão",
no STF, se encaminha para pizza servida quente no balcão; a Região Nordeste
enfrenta novamente a seca, Renan Calheiros volta ao senado com carga total, a
inflação ameaça a economia e acaba na geladeira o trem da alegria para posse do
Papa Francisco, Dilma tira o foco da imprensa sobre as questões que podem lhe
ferir a popularidade e começa sua campanha à reeleição. O ex-presidente Lula;
que agora será colunista mensal do jornal norte-americano "New York
Times" e condenou o, também ex-presidente, FHC por viver viajando,
agradece ao Grupo Odebrecht por financiar suas viagens ao exterior.
O trem da alegria só cresce enquanto o país vê a corrupção
acelerando e graves problemas deixados em segundo plano. Penso ser um afronte
ao eleitor; que em sua grande maioria é deveras mal informado, haver uma série
de problemas no país e tudo ser varrido para debaixo do tapete.
A corrida presidencial precoce acaba gerando o calor
necessário para assar a pizza do esquecimento, servida à população por conta de
uma copa mundial de futebol. Enquanto isso a mídia enfatiza a pré-candidatura
de Dilma bem como o descontentamento de Marina, Aécio e demais pré-candidatos,
ajudando inocentemente a esconder a sujeira ao invés de limpá-la.
Marina e Aécio estão cobertos de razão em questionar o uso
da máquina pública contra a criação de novos partidos e atentar a população ao
chamado “pacote de Abril moderno”. Também creio que Marina Silva acerta em
cheio quando diz que o governo federal está com medo, mesmo tendo grandes
partidos políticos ao seu lado e uma pesquisa que mostra Dilma com larga
vantagem em relação a seus concorrentes.
Com uma popularidade alta, 39 ministérios, Bolsa Família,
PAC, Renan, Sarney e ainda a grande mídia ao seu lado, não vejo porque tanta
pressa e preocupação com a criação do partido Rede Sustentabilidade, de Marina.
Políticos são provocadores por natureza e a velha mídia sempre engole a isca e
gera mídia espontânea, fazendo o jogo das personagens envolvidas nas apostas
pelo poder.
Fazendo uma analise do cenário, não vejo um, mas sim 4 dedos
manipulando as marionetes por trás do cenário. Se o ditado popular diz que quando
desconfiamos de alguma coisa "há coelho nesse mato", desconfio que
por trás do matagal planaltino há um homem que diz que "nunca sabe de nada
e nunca viu nada".
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