O autor descreve esse processo como o da assunção pela sociedade das características de um restaurante de comida rápida (em inglês: “fast food”). A McDonaldização é uma reelaboração do conceito de racionalidade.
De fato, observa-se um deslocamento daquilo que é tradicional para outros modos ditos razoáveis de pensar e da administração científica.
Lá onde Max Weber referenciara ao modelo de burocracia para representar a orientação dessa sociedade em transformação, Ritzer vê o “fast-food” como tendo se tornado o paradigma da representação contemporânea (Ritzer, 2004:553). Ritzer destacou quatro componentes fundamentais da McDonaldização: Eficiência (« Efficiency »): encontrar o método mais eficaz para cumprir uma tarefa; Quantificação (« Calculability »): o objetivo deve ser muito mais quantificável (a exemplo das vendas) do que qualitativo-subjetivo (como o gosto); Previsibilidade (« Predictability »): os serviços devem ser padronizados, normalizados; Controle: os empregados devem ser padronizados, normalizados, e, tanto quanto possível, substituídos por tecnologias não-humanas.
Com esses quatro processos, essa estratégia aparentemente razoável, segundo esse ponto de vista, pode alcançar resultados nocivos ou irracionais. O processo de McDonaldização pode ser recaptulado desse modo: “Os princípios do fast-food tendem a dominar cada vez mais os vários setores da sociedade americana, bem como das sociedades de outros países” (Ritzer, 1993:1) Em publicações posteriores, Ritzer conceituou um processo cultural o qual nomeou “De-McDonaldização” como reação a McDonaldização.
Exemplo desse fenômeno poderia ser percebido quando estádios de base-ball passaram a utilizar dispositivos nostálgicos em suas instalações. Em outro sentido, mais restrito, a McDonaldização pode referenciar a substituição dos restaurantes tradicionais por aqueles do McDonald.
Medidas sugeridas por Ritzer para combater a McDonaldização: Evitar a rotina do cotidiano tanto quanto possível. Tentar fazer tantas coisas possíveis de um modo diferente a cada dia; Da próxima vez que você tiver uma emergência médica ou dentária, resista à tentação de consultar um “McDoctor” ou um “McDentis”; prefira um médico ou dentista da vizinhança, de preferência que trabalhe sozinho;
Da próxima vez que você precisar de um par de óculos, vá à ótica local em vez de procurar os grandes centros óticos, frequentemente nos “shoppings”; Evite as grandes redes de cabeleireiros, prefira um cabeleireiro local; Utilize preferencialmente dinheiro, em vez de cartões de crédito ou débito; Retorno ao posto de correio todas as mensagens publicitárias, particularmente aqueles que foram endereçadas “ao ocupante” ou “ao residente”;
Da próxima vez que você receber uma ligação comercial, coloque o telefone de lado e deixe aquela voz etérea falando sozinha; durante esse período algumas pessoas deixarão de ser contatadas; Não compre produtos artificiais como novos tipos de doces ou salgados; Procure restaurantes que utilizem utensílios de porcelana e metal, e evite aqueles que usam materiais plásticos, que prejudicam o meio ambiente; Organize grupos para protestar contra os abusos dos “sistemas McDonaldizados”; como vimos, esses sistemas merecem tais protestos; se você trabalha num desses sistemas, organize com seus colegas modos para tornar suas condições de trabalho mais humanizadas; Evite tanto quanto possível as comidas padrão (como em “Peça pelo número!”);
Não faça seus passeios em um parque artificial de um condomínio fechado, prefira os parques públicos; É importante ficarmos atentos às tentativas de McDonaldização das crianças; Em vez de levar seu filho a um “McChild Care”, deixe-o com um vizinho que esteja interessado em uma grana extra; Mantenha seus filhos longe da televisão e de anúncios publicitários tanto quanto possível! Envolva-o em outras atividades mais interessantes."
Reprodução parcial de texto publicado originalmente no Flogão.