Translate

terça-feira, 20 de agosto de 2013

Maledicência: Combatendo a popular e infame fofoca



Fofoca (maledicência) um vício que deve ser combatido
por Francisco Fernandes (Delfino)*

Duas coisas predominam na sociedade moderna, a mentira e a fofoca, a última depende muito da primeira, pois o fundo de muita fofoca é a mentira. Nossa sociedade vive de mentiras, gosta mentiras e se deleita da mentira. Aliás, eu acredito que nossa sociedade não sabe mais viver sem a mentira. Mas, esse pode ser um tema para o próximo programa, quero destacar hoje a fofoca.

Fofoca como ela se apresenta:


• “Você viu Fulano hoje, como ele está?” • “E Beltrano, você não sabe o que aconteceu com ele?” • “Vou dizer a Ciclano que Fulano disse que Beltrano está...” 


Essas três situações revelam aquilo que todo mundo está careca de saber – e de fazer, infelizmente: fofocar.


É muito comum encontrar pessoas que adoram falar da vida dos outros. Fofocar é mania nacional. Falar mal dos outros, jurar segredo e, no outro minuto, contar para o primeiro que passa é a rotina na vida de muitas pessoas.

A diferença de relatar um fato e fofocar?

Eis aqui um exemplo:


“Posso comentar que vi meu vizinho comprando um carro zero quilômetro. Mas também posso comentar que ele comprou um carro porque quer se exibir.”


Existe diferença entre você comentar um fato e falar de um fato.


Qual é a diferença?


A diferença é essa pimentinha que se costuma acrescentar a um fato é a famosa e prejudicial fofoca.

Não se passa um minuto em que esses seres não estejam contando e especulando sobre a vida alheia – e aí o alvo pode ser o parente, o vizinho, o colega de trabalho e até o artista. 

Qual a razão última dessa mania de maledicência?

É um complexo de inferioridade unido a um desejo de superioridade. Diminuir o valor dos outros dá-nos a grata ilusão de aumentar o nosso valor próprio. A imensa maioria das pessoas não está em condições de medir o seu valor por si mesmo, essa maioria chamamos de fofoqueiros.
Na verdade falamos mal dos outros porque é mais fácil falar mal dos outros do que respeitar a diferença de cada um.
As pessoas se ocupam da vida dos outros para não tomar conta da sua própria vida.

“Tem gente que só vive a vida do outro e não olha para si próprio”.

Toda pessoa não suficientemente realizada em si mesma tem a instintiva tendência de falar mal dos outros.

Relação da fofoca – maledicência com a mitomaniaExiste uma grande relação da fofoca – maledicência com a mitomania, com certeza.


O que é mitomania? A mitomania (ou mentira obssessivo-compulsiva) é a tendência patológica mais ou menos voluntária e consciente para a mentira. 

Normalmente, as mentiras dos mitomaníacos estão relacionadas a assuntos específicos, porém podem ser ampliadas e atingir outros assuntos em casos considerados mais graves . 
Pessoas que desenvolvem essa doença psiquica, no caso os mitômanos não possuírem consciência plena de suas palavras, os mesmos acabam por iludir os outros em histórias de fins únicos e práticos, com o intuito de suprirem aquilo de que falta em suas vidas. 
É considerada uma doença grave, necessitando o portador dela de grande atenção por parte dos amigos e familiares.

Os prejuízos causados pela fofoca


A fofoca traz prejuízo a todos: 


É ruim para quem conta, para quem ouve e para a sociedade como todo. 

Quando se espalha e é tida como verdadeira, gera conflitos, cria expectativas infundadas, desmotivação, tensão entre colaboradores e gestores e acaba tirando o foco das pessoas do trabalho para o objeto da fofoca, causando enormes prejuízos para a empresa.

A fofoca apresenta vários aspectos


Além das pessoas que se ocupam da vida dos outros ou que querem viver a vida de outros, há as que utilizam esse instrumento para prejudicar terceiros. Inventam histórias com o objetivo claro de trapacear, prejudicar alguém. O ambiente de trabalho, por ser bastante competitivo, é ideal para os maldosos de plantão.É por isso que, baseando-se na doutrina cristã, pode-se considerar a fofoca, o falar da vida dos outros como um vício. 


Fofocar não é coisa para quem tem o que fazer, para quem está preocupado com a própria evolução, com as próprias qualidades e defeitos. 
Devemos estar voltados para nós mesmos. E é isso que o fofoqueiro não consegue fazer.


“Ele fala do outro para liberar uma angústia pessoal. Se você parar para pensar, o sujeito fala do outro sobre questões que são dele mesmo”.

Se, por exemplo, alguém que sofreu na infância com um pai alcoólatra que batia na mulher vir uma situação parecida quando adulto, pode esconder a sua angústia particular através da fofoca, ou seja, essa pessoa procura outros para falar: "Você viu o que Fulano faz com a mulher? Isso é um absurdo. Se eu fosse ela..."


O problema dessas pessoas,  é que elas não se dão conta de que a questão é delas mesmas. Em vez de tratá-la, escolhem a via negativa da fofoca.

Quem pode desenvolver a mania da fofoca?

Qualquer pessoa pode desenvolver esse mau hábito.

Esse mau hábito não é coisa de adulto somente.
Os jovens podem tão desenvolver esse hábito ou mania, daí a importância da criança desde cedo aprender os princípios que são bases no relacionamento. 


Como evitar uma fofoca ou contar uma conversa de um fofoqueiro?

“O importante é fazer a pessoa tomar consciência de que o que ela faz pode prejudicar a ela mesma, no sentido de que ela não vive a sua vida para viver a de terceiros”.

Pessoas próximas podem revestir-se de delicadeza e sutileza para alertar os fofoqueiros.

É uma situação difícil, mas, quando a pessoa estiver falando mal dos outros, você pode perguntar: ‘E aí, o que está acontecendo com você? 

Como andam as coisas?’”.  Chame  a pessoa para a realidade dela.

Quem fofoca demais acaba virando um chato.

Não é saudável servir de plateia para quem pode estar com a vida mal resolvida e acaba gastando energia para falar ou julgar a vida dos outros. O melhor mesmo é procurar o que fazer: ler um bom livro, escutar boa música, trabalhar e estudar, além, é claro, de olhar para si próprio. 

Dicas para lidar com os fofoqueiros e maledicência

 Identifique o fofoqueiro 

No trabalho, nas conversas de corredor é possível perceber em pouco tempo aquelas pessoas que gostam de falar pelos cotovelos, que curtem uma especulação da vida dos outros. Tudo ele acha, deduz e já sai espalhando para quem queira ouvir. Cuidado para não ser seduzido pela conversa fácil.

• Evite fazer parte do grupo do fofoqueiro 

Identificado o fofoqueiro, seja o mais profissional possível com ele. 
Evite andar com pessoas desse tipo, pois, mesmo que não compartilhe de suas fofocas, será tachado igualmente como ele.
É a velha máxima “diga-me com quem andas e lhe direi quem és”.

E se a fofoca ou maledicência for com você, o que fazer?


Ai vai à dica: Confronte o fofoqueiro.

Mesmo que você siga as regras acima, ainda assim pode ser alvo do veneno do fofoqueiro. 
Aí não tem jeito, a saída é confrontá-lo de forma madura e adulta, envolver as pessoas que ouviram as invenções do fofoqueiro e que podem estar sendo influenciadas por essas mentiras e assim tirar tudo a limpo.

E se não funcionar?

E se tudo isso não funcionar, não hesite em levar o assunto aos superiores para que tomem as devidas providências. 

E não espere muito para isso, porque fofoca espalha rápido. 
Não deixe que informações distorcidas ou irreais sobre você cheguem aos ouvidos superiores.

Outras dicas

• Evite a censura.
• A maledicência começa na palavra inoportuna.
• Se desejarmos educar, reparar erros, nunca fale mal de alguém estando essa pessoa ausente.
• Toda a palavra torpe, como qualquer censura contumaz, faz-se hábito negativo que culmina por envilecer o caráter de quem com isso se compraz.
• Enriqueçamos o coração de amor e banhemos a mente com as luzes da misericórdia divina. Porque, de acordo com o Evangelho de Lucas, "a boca fala do que está cheio o coração".


O ideal é que:

Quando não se pode falar bem de uma pessoa, o melhor mesmo é que não se diga nada, porque a atenção que dedicamos a observar ou criticar os defeitos alheios deve ser dada aos nossos próprios defeitos, tentando corrigi-los.


Não esqueça de um coisa:

Fofoca é coisa de pessoas que têm a vida mal resolvida e veem em outros seus próprios problemas.

Fechando o assunto quero contar a história das 3 peneiras de Sócrates, o filósofo grego, que ao ser indagado sobre o que Glaucon falava dele, perguntou ao interlocutor: 
  • Você já passou o que vai me falar pela peneira da verdade? 
  • Já passou pela peneira da bondade?
  • Já passou pela peneira da utilidade? 
E com a sabedoria que atravessa os séculos disse: Se você não sabe se é verdade, bom ou útil, então, não somente peço que não me conte, mas imploro que esqueça!



Prof. Dr. Francisco Fernandes (Delfino), além de Professor e Executivo, é também Psicanalista Clínico (formado pela SPOB – Sociedade Psicanalítica Ortodoxo do Brasil- RJ); Acupunturista (Formado pela Associação Brasileira de Acupuntura e Especialista pela Faculdade Leão Sampaio, RJ); Homeopatista (formado pela Universidade Federal de Viçosa - MG) Filósofo (formado pela Universidade Estadual do Ceará - CE), Teólogo (formado pelo Seminário Teológico Batista Equatorial – Belém, PA) e MBA em Administração de Empresa (formado pelo IBMEC - RJ). Junto aos cursos reconhecidos pelo MEC, o Prof. Francisco Fernandes tem formação em Hipnose Clínica, Numerologia, Quiromancia Chinesa, Reflexologia, Auricoterapia, Moxaterapia, Cromoterapia, Fitoterapia Chinesa, Reiki e Terapia Magnética Indutora Trabalha em Russas, como Psicanalista Clínico, Acupunturista e Homeopatista na Clínica São Bernardo.

Nenhum comentário: