"A globalização não é um conto de fadas, mas não precisa ser perversidade também… estamos, a cada dia, subvertendo a lógica da globalização e construindo a nova globalização, em que pessoas são mais importantes que mercadorias, em que não se busca uma padronização de culturas, mas se procura uma forma de aprendermos um com a cultura do outro. Somos os 99%, ocupando a praça, o Rio, o Brasil, o Mundo." (sic)
Concluí o Lucas Pedretti, companheiro de ocupação, em seu relato sobre a visita de um integrante do Occupy Wall Street e outro do Ocupa Sampa, hoje no acampamento do #OcupaRio. Em apenas um parágrafo ele diz muito, palavras irretocávis, justas e 99% perfeitas.
Ou partimos pra uma forma de capitalismo sustentável, que melhor distribua as benesses e taxe fortemente – sem piedade – qualquer forma de especulação e lucro abusivo, ou avançaremos desta beirada, do final da história, a qual a humanidade se aproxima, e aí meu amigo, minha amiga, aí é o abismo.
Penso que ninguém deseja que o mundo seja mergulhado novamente em uma idade das trevas, que poderia durar centenas de anos. Há esperança, sempre há, porque o rio de hoje já não é aquele de ontem.
Boa parte das, por estagnação, comodismo, ou mesmo por ignorância, está dopada pelo sistema viciado e a mídia com interesse comercial, que visa em primeira estância apenas resultado, ganho financeiro, no ingênuo e perverso credo da acumulação eterna, como se pedaços de árvores mortas pintados de tinta pudessem deter uma revolução global que já está acontecendo, e não é de hoje. Como pode o ter ser mais valorizado que o ser? Há algo de muito errado aí não concorda? Valores éticos e morais parecem estar deformados, virados de ponta cabeça.
A ganância das corporações financeiras está destruindo nossa herança comum. Os políticos, em sua maioria, se corromperam pelo assédio dessas corporações. Precisamos, urgente, nós do povo, buscar novas possibilidades de democracia real, onde o dinheiro não manda, e colocá-las em prática. O 1% precisa deixa o poder imediatamente, ir para o ostracismo e devolver este poder, o controle do Planeta a quem realmente detém este direito, nós, os 99%.
Respeito ao meio ambiente, autogestão e sustentabilidade, são requisitos essenciais para reverter este panorama apocalíptico pelo qual passamos, e deveriam já ter sidos aplicados, há tempos. Chega se deixar iludir, fingindo que vai tudo bem, que está tudo uma maravilha, que o Brasil tem uma ‘economia forte’ e que não dependemos da saúde econômica de outros países. Vamos acordar nossos irmãos e irmãs de jornada, nossa missão é nobre, não tenham dúvida!
As ruas e estradas não suportam mais automóveis, a atmosfera que nos permite viver não tolera mais a queima de combustíveis fósseis, ao passo que os rios, mananciais, lagos e oceanos estão sufocando com o constante despejo de poluentes. O controle de natalidade precisa ser aceito pelos conservadores e religiosos.
Já somos 7 bilhões de pessoas no Planeta e a multiplicação constante da raça humana pode se tornar uma praga que consumirá até o esgotamento os recursos naturais de que necessitamos para manutenção da vida, tal qual a conhecemos. Se isto não for levado a sério poderá chegar o dia – isto não é ficção, está mais pra filme de terror – que humanos caçarão humanos para se alimentar. É óbvio que o Planta deve ter um limite ‘X’ em sua capacidade de abrigar nossa espécie.
O fim do cassino global e suas malditas sub-sedes deve ser imediatamente decretado! Economias orientadas por índice de bolsa de valores são como bombas relógio. Empresas que tem um valor realmente apoiado em lastro material hoje valem menos que empresas alicerçadas sobre solo virtual. Chega de jogatina com a vida, o sonho e o futuro da pessoas.
Trocar papel por dinheiro, ou seja papel por papel, negócio que há cerca de 100 anos era considerado reles jogatina, hoje é levado a sério, se tornou indústria e há os reacionários que afirmam que o ‘dinheiro move o mundo’. Não! São as pessoas que se movem, e por sua vez movimentam o dinheiro. O dinheiro não move nada, é apenas moeda de troca, e o que no passado se tornou uma solução as confusões geradas pela troca direta de produtos, hoje se torna um pesadelo para as nações, gerando uma série de conflitos e um abismo social enorme.
Nós, do povo, somos 99% e estamos nos ocupando em ocupar para fazer o trabalho que outros deveriam fazer mas não fazem, quiçá embevecidos pelo hedonismo, vícios lícitos e ilícitos de toda espécie (como se houvesse vício lícito).
Diga não a prostituição dos conceitos de sustentabilidade! Transparência, ética, moral, e demais valores parecem estar esquecidos no tempo, precisam ser urgentemente resgatados, e estão sendo resgatados. Para que se restaure a verdadeira ordem, o verdadeiro progresso, não aquele fictício, bordado na bandeira por imperialistas, a sustentabilidade deve ser levada a sério, como religião, e não tornar-se apenas mais uma ferramenta de marketing para ludibriar consumidores.
Nos atos de ocupação que acontecem ao redor do mundo está sendo resgatada a ágora, dos tempos da Grécia clássica, como local de onde emana o poder, as decisões que afetam diretamente a vida das pessoas. As decisões sobre a vida do povo devem partir do próprio povo, das ruas, parques e praças.
Agradeço aos que compartilham destas mesmas idéias, de semelhantes ideais, que não pertencem a ninguém, não são marca registrada, não devem e não podem ser privatizados. A herança comum do Planeta deve servir a tod@s nós. Idéias jamais deveriam ser objeto de propriedade particular, com reles intuito de lucro, que favorece 1%, jogando 99% em vala comum, nos condenando a uma vida de semi-escravidão e subserviência.
Você está indignado ou finge que não está? Vamos juntos dizer: SIM, EU ESTOU INDIGNAD@! Entretanto não uso dos mesmos ardis colocados por aqueles que fomentam a competição em detrimento da colaboração. Não tenho ódio em meu coração, apenas exijo mudança, tenho sede de justiça, e sei que ela é a única saída para a humanidade. Sim, mudança, justiça social! Nós do povo, cansamos de ouvir, agora queremos falar e vocês vão ter que nos ouvir.
Envio votos de AXÉ libertador para tod@s vocês, meu irmãos e irmãs de jornada. Vamos ocupar juntos e que é nosso por direito e cuidar do nosso planeta, construindo em sociedade um futuro para o futuro. A Terra é o único planeta que temos, nossa casa, nosso lar e é obrigação perpétua cuidar bem dela. A Terra pertence a tod@s nós e não apenas a 1% da população, que nos escraviza, rouba, mata e nos infantilizando coletivamente diz: ‘não se preocupe, tudo vai ficar bem’. Tudo ficará bem se construirmos uma nova sociedade, a sociedade do novo milênio, uma coletividade realmente sustentável e vacinada contra as intempéries de modelos de economia global e gestão totalmente injustos e ultrapassados.
Eu amo vocês!
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