Putnam (foto) nos diz que: (1) a verdade é independente da justificação aqui e agora, mas não de toda justificação.
Afirmar que um enunciado é verdadeiro é afirmar que ele poderia ser justificado, e
(2) presume-se que a verdade seja estável e "convergente"; se um enunciado assim como sua negação pudessem ser "justificados", mesmo em condições tão ideais quanto se possa esperar, não haveria sentido em pensar o enunciado como tendo um valor-de-verdade"(3).
Portanto, sem pretender formular uma exata definição de verdade, Putnam explica a noção de verdade como uma idealização da aceitabilidade racional e, portanto, como um conceito-limite objetivo e transcultural. Para Putnam (1983), a verdade é um ideal regulador em direção ao qual nossa investigação racional deve convergir. Para a maioria dos enunciados, existem condições epistêmicas melhores e piores, embora Putnam saliente que:
"Não há uma simples regra geral ou método universal para saber que condições são melhores ou piores para justificar um juízo empírico arbitrário." (p. XVII).
Ainda que Putnam reconheça que a "verdade" é tão vaga e dependente do interesse e do contexto quanto nós, e que não há uma matriz fixa e a-histórica de padrões de racionalidade, uma tese central do seu realismo interno é que se trata de uma questão objetiva a de:
"qual seria o veredicto se as condições fossem suficientemente boas, um veredicto a que a opinião deveria ‘convergir’ se fôssemos razoáveis."(4)
Em termos comparativos, "deve haver um sentido objetivo em que alguns juízos sobre o que é ‘razoável’ são melhores que outros."(5) Não importa qual seja o contexto histórico e cultural.
1. (Cf. Siegel, 1987)
2. (Cf. Harré e Krausz, 1996)
3. (Putnam, 1981, p. 56)
4. (1983, p. XVIII)
5. (Putnam, 1987, p. 74)
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