O LSD pode ser Utilizado no Combate ao Alcoolismo
O ácido lisérgico (LSD), um dos mais potentes alucinógenos conhecidos, pode ser usado no tratamento de dependentes de álcool, sugere artigo publicado no Journal of Psychopharmacology.
Pesquisadores da Universidade de Ciência e Tecnologia da Noruega analisaram os resultados de seis estudos feitos nos anos 60 e 70 com pessoas que tomaram o alucinógeno enquanto tentavam se manter abstinentes da bebida.
Um dos estudos relatados mostrou que o índice de abstinência foi de 59% entre as pessoas que ingeriram LSD, contra 38% no grupo de controle. Em outro, os que receberam a dose da droga psicodélica revelaram 15% mais chances de se manter sóbrios seis meses depois do tratamento.
Segundo os autores do artigo, os neurocientistas Pål-Orjan Johansen e Teri Krebs, as alterações sensoriais e as diferentes percepções psíquicas desencadeadas pelo alucinógeno parecem ajudar as pessoas a ver a si mesmas e a seus problemas de diferentes perspectivas.
Assim, sugerem Johansen e Teri, o LSD pode agir como uma espécie de catalisador químico do “momento da clareza”, como denominam com base nos relatos de pacientes em tratamento. Os pesquisadores, porém, são enfáticos ao afirmar que o estudo explora apenas o potencial do LSD como estratégia de redução de danos no caso da dependência de álcool.
O uso recreativo da droga pode causar dependência psicológica e desencadear surtos psicóticos. Os resultados, porém, reforçam outras pesquisas que apontam o potencial de uso terapêutico dos alucinógenos.
Recentemente, por exemplo, comprovou-se que a metilenodioximetanfetamina (MDMA), psicoativo do ecstasy, pode atenuar sintomas de transtorno de estresse pós-traumático e que a psilocibina, substância encontrada em cogumelos alucinógenos, pode aliviar a ansiedade e a dor em pacientes com câncer terminal.
As principais dificuldades para estudar as drogas psicodélicas, afirmam os autores do artigo, ainda são a resistência de universidades e da indústria farmacêutica em financiar esse tipo de pesquisa e a burocracia para obter as drogas de forma legal.
Fonte: Mente e Cérebro / Psicologado
Dr. Dartiu Xavier, coordenador do Programa de Orientação e Assistência a Dependentes da Unifesp, explica como políticas radicais de combate às droga pode prejudicar cientistas no estudo de substâncias alucinógenas, como o LSD, e seu uso no tratamento terapêutico de doenças.
Xavier acredita que estudar essas substância não é fazer apologia às drogas e explora também as dificuldades que o dependente químico enfrenta para deixar o vício:
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