Espaçonave do tempo irá monitorar enormes erupções solares que irradiam do Sol - por Sarah Knapton, Editora de Ciências, The Telegraph¹ - A Agência Espacial do Reino Unido está financiando uma nave espacial meteorológica para monitorar enormes explosões solares que irradiam do Sol, o que poderia acabar com as comunicações na Terra.
A nave Lagrange ficará estacionada entre a Terra e o Sol monitorando as ejeções solares. CRÉDITO: ESA |
A Grã-Bretanha está desempenhando um papel importante na missão da Agência Espacial Europeia (ESA), que dará alertas dias antes de uma tempestade solar perigosa.
As tempestades ocorrem quando o Sol expulsa material radioativo super-aquecido que pode interromper a tecnologia moderna, causando tempestades geomagnéticas que afetam a operação e navegação de satélites, sistemas de comunicação e redes elétricas.
Um recente estudo da ESA estimou que o potencial impacto socioeconômico na Europa, a partir de um único evento de clima espacial extremo, poderia chegar a 15 bilhões de euros. No entanto, grande parte desse dano poderia ser evitado através de previsões precisas.
Pontos de Lagrange - a nave da ESA será posicionada no L5 CREDITO: ESA |
Três, das quatro equipes que desenvolvem a espaçonave e os instrumentos, são da Grã-Bretanha; University College London, Airbus UK e o Science & Technology Facilities Council.
"O tempo espacial é ranqueado como o quinto risco mais relevante, no último Registro Nacional de Riscos do Reino Unido, como sendo de alta probabilidade e de risco médio para a vida cotidiana do Reino Unido", disse o Dr. Jonny Rae (UCL Mullard Space Science Laboratory) que está ajudando a projetar os monitores de vento solar.
"Mas, ao mesmo tempo, estamos expandindo significativamente o número de satélites operacionais através de novas tecnologias e serviços para aplicações como telefones celulares, TV, navegação, serviços financeiros e seguros, bem como a observação da Terra, por isso é cada vez mais importante configurarmos sistemas de alerta com antecedência".
A imagem do Sol mostra as ejeções coronais, que podem afetar as comunicações na Terra. CRÉDITO: ESA |
Na Terra, as companhias aéreas comerciais também podem sofrer danos em componentes eletrônicos de aeronaves e aumentar as doses de radiação para tripulações em altitudes de longo curso. Os efeitos do tempo espacial no solo podem incluir danos e interrupções nas redes de distribuição de energia, aumentar a corrosão em tubulações e degradação das transmissões de rádio.
No passado, houve várias grandes tempestades geomagnéticas que causariam hoje danos significativos ao nosso mundo eletrônico moderno. Em 1989, a costa leste dos EUA e do Canadá ficou sem energia por nove horas.
Em 2003, a Suécia sofreu um apagão elétrico e estimou-se que 10% da frota mundial de satélites possuía algum tipo de anomalia ou mau funcionamento.
Em 1859, uma enorme tempestade solar, denominada "Carrington Event", derrubou sistemas de telégrafo em todo o mundo, em alguns casos, dando choques elétricos nos operadores. Era tão poderoso que alguns sistemas de telégrafo continuaram funcionando, embora o fornecimento de eletricidade tivesse sido interrompido.
As auroras boreais, capturadas esta semana na Islândia, por Ollie Taylor, fotógrafo britânico CRÉDITO: OLLIE TAYLOR |
A Agência Espacial do Reino Unido comprometeu 22 milhões de euros, ao longo de 4 anos, para o programa Space Situational Awareness (SSA) da ESA.
A ESA planeja selecionar o projeto final para a nave espacial e seus instrumentos em cerca de 18 meses.
O Ministro da Ciência inglês, Sam Gyimah, afirmou: "Este projeto tem potencial, para especialistas em espaço e engenharia do Reino Unido, para ajudar a assegurar que as redes vitais de comunicação, navegação e energia sejam protegidas e é um excelente exemplo do que podemos conseguir através da colaboração científica contínua com nossos parceiros europeus."
Fonte: 1- The Telegraph: Weather spacecraft will monitor huge solar flares erupting from the Sun (tradução livre)
Nenhum comentário:
Postar um comentário