O Planeta Vermelho é tão cheio de encantos que nós aqui do Mega Curioso temos um espaço especial dedicado somente a notícias sobre Marte. Quando o assunto é colonizar o planeta vizinho, uma das maiores preocupações é, sem dúvidas, a viagem até lá, afinal não deve ser muito simples mandar pessoas até outro planeta, não é mesmo?
A boa notícia, nesse sentido, é que alguns pesquisadores parecem ter descoberto um novo jeito de ir para Marte – e gastando menos dinheiro ainda! Um dos problemas maiores de enviar pessoas ao planeta ao lado é o tanto de combustível que uma viagem desse porte iria exigir. Além disso, Terra e Marte estão em constante movimento e em desalinho, então é difícil calcular com precisão um percurso eficiente. Os dois planetas ficam perfeitamente alinhados a cada 26 meses, apenas.
Matematicamente falando
E, se você é do tipo que diz que matemática é uma coisa inútil, está na hora de rever seus conceitos, pois é graças a um grupo de matemáticos que uma nova estratégia de rota está sendo desenvolvida.
Mapear uma viagem da Terra até Marte é uma tarefa de extrema complexidade, afinal a distância entre os dois planetas está constantemente diminuindo ou crescendo, dependendo de como suas órbitas estão ao redor do Sol. Além disso, é preciso levar em conta questões de gravidade na Terra, em Marte e no espaço entre um planeta e outro. Deu para entender a dificuldade da coisa?
Foi com esse problema em mãos que os matemáticos Francesco Topputo e Edward Belbruno resolveram calcular o caminho até Marte de um jeito diferente, de modo que os movimentos do Planeta Vermelho fossem favoráveis a essa nova possibilidade de rota. Para isso, os caras usaram um conceito chamado “captura balística”, que é o oposto de qualquer outra lógica já utilizada até agora para criar uma rota de viagem.
Como funciona
A ideia é direcionar a aeronave para a órbita de Marte e não para Marte em si, usando uma lógica já conhecida que lança aeronaves à órbita da Lua. O novo plano de viagem pretende colocar as naves na órbita do Planeta Vermelho a uma velocidade inferior à de Marte. Isso faria com que a gravidade do planeta desacelerasse a nave, a colocasse em órbita e a fizesse pousar.
Esse novo método, só para você ter ideia, consegue economizar 25% do combustível necessário para a viagem, o que é uma vantagem gigantesca em relação aos outros métodos de cálculo de rota. A diminuição de combustível deixa a nave mais leve e permite que a viagem tenha mais carga, o que seria primordial para o caso de uma futura missão humana. Dessa forma, seria possível também que uma aeronave levasse mantimentos aos tripulantes que se arriscassem a ficar no Planeta Vermelho.
Como a aeronave seria enviada em uma velocidade mais lenta, a viagem em si se tornaria mais lenta e poderia levar alguns meses a mais do que as outras rotas existentes, que estimam seis meses de viagem. Ainda assim, haveria a economia de combustível, que é a principal preocupação do momento. Além disso, esse esquema dispensa a espera do alinhamento ideal entre a Terra e Marte, o que só acontece a cada 26 meses. E aí, se fosse possível, você se arriscaria em uma viagem espacial de quase um ano?
Fonte: Gizmodo
Imagens: NASA
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