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quinta-feira, 4 de dezembro de 2014

5 processos biológicos que seu corpo está fazendo agora e você nem se dá conta disso



1 – Uma questão de cheiro e gosto

Se você acha que apenas seu rosto tem células receptoras de cheiro e gosto, prepare-se para se surpreender: pesquisas realizadas na última década revelaram que partes do corpo humano como rins, coração, espinha, trato respiratório e até mesmo nossas células sanguíneas têm receptores de cheiro e gosto!

Nos rins, cientistas encontraram receptores de cheiro dentro de um componente conhecido como “mácula densa”. Essa região é a responsável por regular a filtragem do sangue e a produção de urina, mas a presença dessas células relacionadas ao cheiro sugere que nossos rins literalmente cheiram e/ou sentem o gosto do xixi que produzimos, quase como se isso fosse uma análise química, digamos assim.

Outro experimento indicou que nosso sangue também consegue sentir cheiro. Bizarro, não é? Para chegar a essa conclusão, os pesquisadores colocaram células sanguíneas em uma câmara e adicionaram à mistura um componente de odor. Acredite você ou não, as células sanguíneas se movimentavam em direção ao odor.

E não é apenas o sangue que consegue detectar odores, não! O esperma também parece fazer a mesma coisa! Pesquisas indicam que as células reprodutoras masculinas usam seus receptores de cheiro para chegarem até o óvulo. Pelo visto somos muito mais eficientes do que imaginávamos, hein!

2 – As sinapses

O cérebro é um órgão espetacular que, basicamente, controla tudo o que você faz e, inclusive, o que você é. O órgão é tão complexo que a Ciência está longe de poder dizer que sabe tudo sobre ele e, por isso, cada nova descoberta é digna de comemoração.

Por muito tempo o consenso era de que o cérebro humano tinha 100 bilhões de neurônios. Um estudo mais intenso revelou que esse número é, na verdade, menor: ao que tudo indica, temos “apenas” 86 bilhões de neurônios.

A questão surpreendente no quesito neural não é nem o número dessas células, mas a quantidade de conexão feita entre os neurônios. A essas ligações a Ciência deu o nome de “sinapse”.

A todo o momento seu cérebro está criando novas sinapses, e, se para você fica mais fácil entender a imensidão da coisa usando números, vamos a eles: seu cérebro é capaz de produzir 100 trilhões de sinapses – só para você ter ideia, esse número é equivalente a mil vezes o número de estrelas da Via Láctea.

Se ainda não está fácil entender o poder da máquina que você carrega dentro do seu crânio, saiba que, em 2013, cientistas alemães e japoneses tentaram construir uma máquina que fosse capaz de simular o poder do cérebro humano. Para isso, foram necessários 82.944 processadores e, para arquivarem o mesmo número de informações que o cérebro processa em um segundo, essa máquina levou 40 minutos.

3 – Seu ouvido é um termômetro

Evoluímos para nos adaptarmos melhor ao ambiente que nos cerca e, pelo jeito, até mesmo nossos ouvidos, com o passar do tempo, começaram a adquirir outras funções além da básica, que é escutar.

O formato da orelha humana, com tantas dobraduras, não é apenas uma questão de estilo, mas uma forma que nosso corpo encontrou para conduzir melhor as ondas sonoras à nossa volta, de modo que possamos identificar a direção do som que vem até nós. 


O que muita gente nem faz ideia é que, pelo ouvido, conseguimos escutar a temperatura. Sim, você leu certo: escutar a temperatura.

Esse conceito pode até parecer meio sinestésico demais, mas um experimento feito na Grã-Bretanha comprovou que os participantes conseguiam saber se uma xícara de chá continua a bebida quente ou fria apenas ouvindo o barulho do líquido sendo servido.

Os resultados do teste mostraram que 96% dos voluntários conseguiram apontar com exatidão se o chá estava quente ou frio. Há quem acredite que isso acontece devido a diferenças de viscosidade entre o chá quente e o frio, afinal as moléculas do líquido gelado são menos enérgicas – isso faz com que o chá quente, quando derramado na xícara, produza um barulho mais suave que, sem nem nos darmos conta, conseguimos distinguir graças às nossas orelhas poderosas.

4 – Ácido, ácido, ácido, muito ácido

O processo de digestão envolve uma quantidade absurda de ácido clorídrico que derrete o alimento que você ingere. Esse ácido é extremamente corrosivo – capaz de corroer aço, só para você ter ideia – e, mesmo assim, nós vivemos com esse tipo de substância dentro de nós mesmos. Como será que esse ácido não nos derrete também?

Bem... Na verdade, ele nos derrete, sim. Felizmente, nosso estômago é capaz de se regenerar diversas vezes seguidas – ufa! A verdade é que o estômago é formado por células especiais que secretam uma proteína capaz de nos proteger desse banho de ácido.

Funciona assim: depois que o alimento é digerido, as células estomacais neutralizam o efeito do ácido, transformando-o em um material alcalino. Assim o alimento digerido não passa pelo intestino queimando tudo e seu estômago não derrete.

A bizarrice nessa coisa toda está no fato de que mesmo a melhor proteção estomacal não é capaz de livrar o órgão da corrosão. Doses de ácido clorídrico estão, aos poucos, comendo você por dentro. A cada três dias a membrana que reveste seu estômago é substituída por uma nova, ou seja: a pele do seu estômago é completamente corroída duas vezes por semana e renasce ao fim de cada processo.

5 – Câncer

Você pode manter alguns hábitos saudáveis, como não fumar, praticar atividades físicas e tentar manter uma alimentação balanceada, mas a verdade é que mulheres têm 38% de chances de desenvolver algum tipo de câncer – nos homens, as chances sobem para 43%.

As chances são assim tão altas porque, infelizmente, nosso corpo contribui para o desenvolvimento da doença, que surge quando uma célula é danificada de forma que seu DNA seja alterado e se programe para matá-la. Assustadoramente, isso acontece em uma proporção absurda: cada uma das muitas trilhões de células do seu corpo pode sofrer milhares de lesões por dia. Seu corpo é praticamente uma bomba-relógio.

Biologicamente inteligente que somos, nosso corpo conta com a ajuda de algumas enzimas que fiscalizam o DNA das nossas células, na tentativa de deixá-lo saudável e não autodestrutivo. Essas enzimas conseguem identificar erros celulares e, felizmente, na maioria das vezes, dão conta do recado e reconstituem tudo, antes que essas alterações se transformem em doença.

O fato de que algumas pessoas desenvolvem câncer nos prova que esse sistema de regeneração não é o mais efetivo de todos, mas ainda assim é um alívio sabermos que contamos com ele.

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