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sábado, 22 de fevereiro de 2025

Bolsolulismo, o nazifascismo tupiniquim

Fascismo, bolsonarismo, petismo e comunismo: duas faces, inscrições e valor de uma mesma moeda, uma "estaleca", criada para enganar a população

 
 

Nos últimos anos, o debate político brasileiro empobreceu, se polarização e se tornou um campo minado de troca de insultos e acusações. "Fascista", "comunista", "genocida", "corrupto" – palavras que, de tanto serem usadas, muitas vezes estão perdendo o sentido real e se tornando apenas munição para ataques insultuosos. Entre o bolsonarismo e o petismo, a polarização tomou conta do país, dividindo famílias, grupos de amigos e quase toda uma sociedade, deixando a população refém de um volátil jogo de extremos. Mas, no fundo, será que essas vertentes são realmente opostas? Ou, como a parte menos prostituída intelectualmente das pessoas já consegue enxergar, seriam duas faces de uma mesma moeda?

Olhando para a história, o fascismo surgiu na Itália, na Roma antiga, e ressurgiu na pós-renascença, mais recentemente sob Benito Mussolini, se espalhando pelo mundo e inspirando regimes autocrático e autoritários, inclusive o nazismo. Sua essência se baseia no culto ao líder, na manipulação das massas, no uso da propaganda e na repressão violenta da oposição. O comunismo, por sua vez, propõe um Estado controlador, que busca eliminar classes sociais e impõe um regime de partido único. Se olharmos atentamente, os métodos são incrivelmente semelhantes: repressão às liberdades individuais, censura, culto ao líder e controle sobre a vida das pessoas, inclusive a vida particular e privada que jamais deveria ter sua privacidade devassada, violada e tutelada.

No Brasil, o embate entre bolsonarismo e petismo tem características que lembram esse jogo de espelhos. Jair Messias Bolsonaro e Luiz Inácio Lula da Silva, ambos líderes carismáticos de suas respectivas correntes, são defendidos com paixão cega por seus seguidores e demonizados por seus adversários. Ambos se colocam como única solução para o país, usam estratégias de comunicação que reforçam a polarização e, em momentos críticos, não hesitaram em atacar a imprensa, as instituições democráticas e, de maneira muitas vezes covarde os opositores.

Não é coincidência que ambos os lados se retroalimentam. O petismo se fortalece ao se apresentar como única alternativa ao "fascismo" do bolsonarismo. O bolsonarismo cresce ao vender a ideia de que o "comunismo" do PT destruirá o país. E assim, o ciclo se repete, empurrando o Brasil para um embate sem fim, onde o debate de ideias é sufocado pelo grito dos extremos e uma população dividida se torna incapaz de promover a verdadeira ordem proposta pelos ideais republicanos que deveriam focar no progresso comum e não no patrulhamento ideológico e destruição de "inimigos" domésticos inventados por políticos e marqueteiros hábeis e inescrupulosos.

A solução? É óbvio que ela muito provavelmente se encontra numa terceira via. Não apenas no sentido eleitoral, mas como uma nova forma de pensar a política e a sociedade como um todo. Um caminho que valorize a liberdade individual, o respeito às diferenças e a reconstrução da unidade nacional. Chegou a hora de romper com o ciclo da polarização e buscar alternativas que realmente representem o interesse do povo brasileiro. O futuro do país, o futuro de cada um de nós depende disso, ou o Brasil jamais será o país do agora, estaremos fadados ou ao saudosismo de tempos que não não voltam mais, ou à utopia do "país do futuro" que nunca chega pirque o povo perde tempo idolatrado falsos ídolos.

Ronald Stresser, jornalista.

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