Translate

quinta-feira, 31 de julho de 2014

Crânios do Peru não têm DNA humano



Crânios encontrados no Peru não têm DNA humano, diz geneticista :: O material genético dos crânios de Paracas não se relaciona com o de nenhuma espécie terrestre

Recentemente, uma série de crânios estranhos foram encontrados no Peru e a notícia mais intrigante é que o DNA dos crânios não tem nenhuma relação com o DNA humano. 

A informação foi revelada pelo diretor assistente do Museu Paracas, Brien Foerster, e tem dado o que falar - pode significar que a ciência está perto de ter uma prova da existência de uma espécie inteiramente nova, que alguns diriam se tratar de uma espécie alienígena.

O DNA é diferente de qualquer ser humano ou ainda de qualquer criatura conhecida na face da Terra. A análise dos crânios foi feita por um geneticista que não teve a identidade revelada. O cientista vai se manter no anonimato até realizar mais testes que comprovem o primeiro resultado.



A artista Marcia K. Moore usou programas específicos para criar representações tridimensionais de como poderiam ter sido os donos dos crânios encontrados no Peru. Mais de 300 crânios foram encontrados em 1929 em uma vala comum perto da costa do sul do Peru.

Durante anos, os crânios alongados eram consideradas anomalias propositais, como era parte da cultura de algumas tribos. Entretanto, médicos afirmam que, embora o crânio possa ser deformado, os tamanhos permanecem os mesmos. No caso dos crânios encontrados no Peru, isso não acontece, pois eles são muito maiores.

Os próximos testes podem revelar que tudo não passou de um engano e que os crânios pertenceram a humanos. Mas, se os resultados iniciais forem confirmados, os crânios então não têm ligação com nenhuma espécie terrestre. E então de onde será que eles vieram?


segunda-feira, 28 de julho de 2014

Mikhail Bakunin é procurado pela polícia do Rio de Janeiro



Morto em 1876, filósofo russo é citado como suspeito em inquérito no Rio de Janeiro - Segundo reportagem da Folha de S. Paulo, Mikhail Bakunin, considerado um dos fundadores do anarquismo, foi classificado como um “potencial suspeito” pela polícia carioca, que investiga manifestantes e ativistas

Da Revista Forum

Reportagem publicada nesta segunda-feira (28) no jornal Folha de S. Paulo traz uma revelação no mínimo curiosa: o inquérito de mais de 2 mil páginas, produzido pela Polícia Civil do Rio de Janeiro, que responsabiliza 23 pessoas pela organização de ações violentas em manifestações de rua, aponta o filósofo Mikhail Bakunin como um dos suspeitos. Morto em 1876, o russo é considerado um dos pais do anarquismo.

De acordo com a matéria, Bakunin foi citado por um manifestante em uma mensagem interceptada pela polícia. A partir daí, passou a ser classificado como um “potencial suspeito”. A professora Camila Jourdan, de 34 anos, uma das investigadas, menciona esse episódio para demonstrar a fragilidade do inquérito. “Do pouco que li, posso dizer que esse processo é uma obra de literatura fantástica de má qualidade”, descreve.

Essa não é a primeira vez que intelectuais já falecidos figuram em autos das autoridades brasileiras. Durante a ditadura militar, Karl Marx era um dos fichados no Departamento de Ordem Política e Social (Dops), um dos principais órgãos de repressão aos movimentos políticos e sociais identificados como “subversivos”.

Jourdan ficou 13 dias presa no complexo penitenciário de Bangu, na zona oeste do Rio. Conhecida pela excelência acadêmica na Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), onde coordena o programa de pós-graduação em filosofia, ela diz sido alvo de uma invenção dos investigadores. “Existe uma necessidade de se fabricar líderes para essas manifestações. E quem se encaixa muito bem no papel de mentora intelectual? A professora universitária. Caiu como uma luva, entendeu?”, afirma.

Para contestar o “papel de liderança” que lhe foi atribuído pela polícia, a professora se vale das teorias do filósofo francês Michael Foucault. “Foucault diz que os intelectuais descobriram que as massas não precisam deles como interlocutores. Não tenho autoridade para falar sobre a opressão de ninguém. O movimento não precisa de mim para este papel”, declara.

Publicidade

quinta-feira, 24 de julho de 2014

Redução de danos :: Cigarro eletrônico compensa?




Os cigarros eletrônicos, ou e-cigs
Os cigarros eletrônicos, chamados e-cigarretes, e-cigs ou apenas e-ciggy, nao são muito comuns no Brasil porque sua comercialização; bem como sua importação, propaganda, publicidade e promoção - inclusive na internet - é proibida pela ANVISA (Agencia Nacional de Vigilância Sanitária). Mas, mesmo assim, não é difícil adquiri-los aqui pela Internet, ou em lojinhas de contrabando do Paraguai.

Segundo dados de fevereiro de 2014, nos Estados Unidos, em menos de dez anos, as vendas do cigarro eletrônico atingiram 1,7 bilhão de dólares, 650 milhões de dólares na Europa. Alguns especialistas chegaram a dizer que o cigarro convencional sairia de circulação, devido ao sucesso de seu sucessor eletrônico.

Os e-cigs foram criados tendo em vista a reducao de danos, como uma opçao menos nociva à saude, para auxiliar os tabagistas que desejam largar o vício nos cigarros tradicionais. Isto pois os cigarros eletrônicos permitem que o fumante controle controle os níveis de nicotina que ingere.

Teoricamente o fumante poderia reduzir gradativamente os níveis de nicotina ingeridos, até chegar a zero. Entretanto um grupo de cientistas da AAPC (Associaçao Americana de Pesquisa para o Câncer) comprovaram recentemente; por meio de testes, expondo células brônquicas ao vapor dos e-cigarretes, que as células pulmonares sofrem alterações num padrao equivalente às daquelas expostas aos cigarros comuns.

O tabagismo é considerado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) a principal causa de morte evitável. Estima-se que, no mundo, 1 bilhão e 200 milhões de pessoas adultas sejam fumantes. No Brasil, segundo dados de 2008 da Pesquisa Especial de Tabagismo (Petab), do IBGE, 17,5% da população a partir dos 15 anos é fumante, o que equivale a 25,5 milhões de pessoas. 

Esse alto consumo de cigarro provoca 4,9 milhões  de mortes todos os anos, já que o tabagismo está ligado  a 50 tipos de doenças, entre elas câncer de pulmão e de faringe e problemas cardiovasculares. Ao fumar, são introduzidas no organismo mais de 4.700 substâncias tóxicas e pelo menos 69 são potencialmente cancerígenas.

Em carta aberta, mais de 50 pesquisadores e profissionais de saúde estão apelando à Organização Mundial de Saúde (OMS) para que “resista à ânsia de controlar e suprimir o uso de cigarros eletrônicos”.




A carta diz que os aparelhos “podem ser uma “inovação significativa para a saúde”.

Mas instituições ligadas à saúde, entre elas a Faculty of Public Health – a Faculdade de Saúde Pública da Grã-Bretanha – dizem que ainda é cedo demais para sabermos se os benefícios da tecnologia superam os possíveis riscos. A OMS disse que ainda não decidiu que recomendações fazer a governos sobre a questão.

A carta foi divulgada em antecipação a importantes negociações internacionais sobre políticas em relação ao tabaco que devem acontecer neste ano.

Grupos favoráveis ao cigarro eletrônico argumentam que o produto oferece uma opção de baixo risco para fumantes. Eles temem que os aparelhos sejam alvo de controle excessivo e que sejam excluídos de campanhas publicitárias. Na Grã-Bretanha, houve grande crescimento no mercado de cigarros eletrônicos, mas autoridades de saúde no país dizem que eles não são isentos de riscos.

Um relatório encomendado recentemente pela Saúde Pública da Inglaterra disse que cigarros eletrônicos requerem “monitoramento cuidadoso e controle de riscos” para que seus benefícios sejam maximizados. A carta foi assinada por 53 pesquisadores – entre eles, especialistas em políticas de saúde pública e especialistas como Robert West.

West publicou um estudo concluindo que cigarros eletrônicos têm mais probabilidades de ajudar uma pessoa a abandonar o fumo do que alguns métodos convencionais. Outros especialistas que assinam a carta trabalham em pesquisas sobre a ciência do tabaco e a supressão do hábito de fumar.





A carta diz: “Estes produtos podem estar entre as mais significativas inovações para a saúde do século 21 – salvando, talvez, milhões de vidas”.

“Se os reguladores tratarem produtos de nicotina de baixo risco da mesma forma como tratam produtos de nicotina tradicionais (…) estarão, erroneamente, definindo esses produtos como parte do problema”.

“Os reguladores deveriam evitar dar apoio a medidas que poderiam ter o efeito perverso de prolongar o consumo de cigarros”.

“A classificação desses produtos como tabaco nos preocupa bastante e pode trazer mais danos do que benefícios”.

“O potencial de produtos que diminuem os efeitos danosos do tabaco na redução do do fardo de doenças associadas ao fumo é muito grande”.

Os envolvidos na elaboração da carta citam um documento interno da OMS que se refere a cigarros eletrônicos como uma “ameaça (…) que pode resultar em uma nova onda da epidemia de tabaco”.

O tratado da OMS para o controle do tabaco cobre atualmente 178 países e 90% da população.

Cigarros eletrônicos são movidos a bateria e tentam imitar a experiência do fumar convencional. Os usuários inalam vapor de um líquido aquecido que contém uma concentração de nicotina.

West, professor da University College London, disse à BBC que esses produtos deveriam ser “regulamentados de maneira apropriada” e explicou que são muito mais seguros do que os cigarros convencionais. Ele pediu “regulamentação sob medida”, o que incluiria proibição de venda para menores de 18 anos e publicidade direcionada para os que já são fumantes.

Crítica

Um porta-voz da OMS disse que a organização “está trabalhando atualmente nas recomendações sobre regulamentação e marketing de cigarros eletrônicos”.

“Também estamos trabalhando com órgãos nacionais de regulamentação para considerar as opções regulatórias e com especialistas em toxicologia para compreendermos melhor o possível impacto dos cigarros eletrônicos e aparelhos similares sobre a saúde”.

A British Medical Association (Associação Médica Britânica, BMA, na sigla em inglês) pediu que os aparelhos sejam melhor regulamentados na Grã-Bretanha. A diretora da entidade, Vivienne Nathanson, disse à BBC que há evidências de que crianças que nunca fumaram estão começando a usar cigarros eletrônicos, influenciadas por campanhas de marketing.

“Como os cigarros na década de 50 e 60, realmente precisamos ficar atentos a isso e, eu acredito, proibir (a propaganda) para impedir que sejam anunciados de uma forma que atraia as crianças”, acrescentou.

Outro especialista, o professor Martin McKee da London School of Hygiene and Tropical Medicine, disse que seria “prematuro” advogar o uso de cigarros eletrônicos até que sua segurança tenha sido estabelecida.

Informações parciais. Confira o texto na íntegra, acessando os sites:  

A QUÍMICA DO CIGARRO - INFOGRÁFICO

quarta-feira, 23 de julho de 2014

Tecnologia :: Rede elétrica sem fios



Na Universidade de Aveiro, em Portugal, uma tese de mestrado projeta acender uma lâmpada de 60 watts a 3 metros de distância.  


A transmissão de energia sem contatos já não é uma utopia, mas a sua aplicação à vida quotidiana e ao funcionamento de eletrodomésticos sem fios não está no horizonte imediato.

Teoricamente, é admissível todo o tipo de aplicações futuras da transmissão elétrica sem fios, mas a prioridade está a ser dada ao carregamento remoto de telefones celulares e dispositivos eletrônicos do mesmo tipo, segundo investigadores contactados pela Lusa.

De acordo com Nuno Borges Carvalho, docente da Universidade de Aveiro (UA) e investigador do Instituto de Telecomunicações, várias empresas "start-up" nos Estados Unidos estão a trabalhar em projetos para carregar celulares e acender lâmpadas à distância, sem necessidade de fios, mas não passam de protótipos.

Até no Departamento de Eletrônica, Telecomunicações e Informática da UA há uma tese de mestrado em preparação que projeta acender uma lâmpada de 60 watts a uma distância de dois a três metros. O autor planeia ter em Julho um protótipo demonstrável.

Um dos projetos em estudo nos Estados Unidos visa incrustar antenas nas paredes de uma sala para carregar os celulares que se encontram no seu interior, mas um dos problemas que levanta é saber se a frequência necessária é nociva à saúde.

Outra ideia é a criação de pequenas plataformas de formato A4, com bobinas, onde se poderiam colocar dois ou três celulares a carregar por ressonância magnética, sem necessidade de carregadores.

Na perspectiva de Nuno Borges Carvalho, deverá ser possível dentro de dois a três anos carregar celulares, ou MP3, por transmissão de energia sem fios.

Com um pouco mais de tempo, cinco a seis anos, será eventualmente possível concretizar outro cenário em que os norte-americanos estão a pensar: tirar os cabos elétricos do monitor, do teclado e todos os periféricos do PC, acrescentou.

Outro conceito em que estão a trabalhar universidades norte-americanas seria colocar um satélite fora da atmosfera que coletaria energia solar e a enviaria por transferência "wireless" para uma central em Terra, que depois a distribuiria.

A ideia da transmissão de energia sem contacto vem de finais do século XIX, quando o sérvio Nikola Tesla conseguiu pela primeira vez libertar elétrons no ar e enviar energia a alguns metros de distância.

Esse sérvio nascido na Croácia, que emigrou para os Estados Unidos, chegou a pensar que poderia enviar energia para todo o planeta a partir de uma grande torre, mas na altura os poderes económicos e militares estavam mais interessados no envio de informação à distância e sem fios do que no envio de energia.

Curiosamente, é também um jovem físico sérvio da Croácia, Martin Soljacic, que está hoje a dar brado no Massachusetts Institute of Technology (MIT) com protótipos capazes de enviar energia com algumas dezenas de mega-hertz de frequência, a distâncias visíveis, de alguns metros, através de grandes bobinas.

"O princípio é o mesmo de Tesla, ou seja, regular a indutância mútua e atingir uma ressonância entre duas partes do circuito", explicou à Lusa o investigador português de origem búlgara Stanimir Valtchev, do departamento de Engenharia Eletrotécnica da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa.

As energias de mais alta frequência são mais direcionáveis e com uma antena é possível enviar energia a uma certa distância.

Nos anos 1960, na então União Soviética, foi possível enviar energia de entre 200 e 300 watts, com alta frequência, para um modelo de helicóptero não tripulado a uma distância de 200 metros, recordou este investigador.

Em comparação, um eletrodoméstico normalmente exige kilowatts.

"Quando pensamos que vamos enviar energia à distância temos de olhar para as pessoas que vivem no mesmo espaço, já que uma frequência muito elevada aquece todos os materiais orgânicos que têm alguma água", disse Valtchev.

Por outro lado, para baixas frequências é preciso um campo magnético também bastante forte, que todavia perde intensidade com a distância.

"Não se deve prometer grandes coisas, existem possibilidades, mas não assim são tão grandes", advertiu.

No MIT foi já possível acender uma lâmpada de 100 watts a dez metros de distância, mas para enviar a energia necessária são precisos meios bastante volumosos.

O problema é enviar a energia a essa distância com um rendimento razoável, segundo os investigadores.

Para Beatriz Borges, também investigadora do Instituto de Telecomunicações e docente no Instituto Superior Técnico, o problema é que a transmissão de energia sem contacto é ainda pouco eficiente e, por isso, o seu impacto industrial não é muito grande.

Fonte: TecMundo

Recomendado para você

segunda-feira, 21 de julho de 2014

Como baixar vídeos do #Facebook


Ultimamente, muitos programas têm ajudado as pessoas a baixar vídeos do YouTube sem complicações. Entretanto, com o crescimento das redes sociais, em especial do Facebook, não ficamos satisfeitos: é preciso baixar os vídeos legais da rede social mais popular do mundo.

Por conta de restrições de acesso, uma solução como as disponíveis para YouTube não é viável: basicamente, porque precisamos estar logados no Facebook para poder ver os vídeos publicados por nossos amigos.

Nesta hora que entra o VideoCacheView – um programinha muito simples que ajuda a baixar vídeos de qualquer página acessada pelo seu navegador. Não apenas do Facebook.

A seguir, mostramos como fazer para salvar no PC os vídeos que você quiser:

 

1. Baixe e instale o VideoCacheView


Depois de rodar o programa, uma lista com todos os arquivos que estão na memória cache do navegador é exibida. No entanto, fica impossível saber qual é qual pois os nomes estão criptografados.

 

2. Encontre e assista ao vídeo

Chega a hora de assistir ao vídeo. Aqui, um ponto muito importante: é preciso esperar que o vídeo carregue completamente. Tudo isso, na página do Facebook, claro.

 

3. Atualizar a lista no VideoCacheView

Depois de ver o vídeo – ou pelo menos, carregá-lo inteiro - volte à janela do VideoCacheView e digite F5 para atualizar a lista.


Se estiver muito difícil de identificar qual é a última versão, clique em "Last Accessed Date" (Data do Último Acesso) para classificar os resultados por data.

 

4. Obter o arquivo

Encontrado o vídeo, é hora de baixar o arquivo. Dentre as várias formas, há a opção de clicar no botão Play na barra de ferramentas, copiar o arquivo a outra pasta ou abrir o diretório do arquivo.


Leve em consideração que os vídeos baixados vêm no mesmo formato da página de origem – na maioria das vezes, FLV - que você já sabe como abrir - MP4 e MPG.

Se quiser um player que rode qualquer formato, basta instalar o VLC Media Player.

sábado, 19 de julho de 2014

Cronica :: João Ubaldo Ribeiro :: "Antessala do Inferno"

Não está na moda acreditar no inferno, mas encaro isso com suspeita, pois não dizem que a maior vitória de Satanás é não acreditarem nele? Aliás, atrevendo-me a adivinhar a estratégia do Inimigo, imagino que deve ser assim mesmo, pois ao desdenhar da sua dele existência e das penas avernais, seus prepostos e futuras almas sob seu domínio vão fazendo o trabalho dele sem lhe dar cuidados.

A expressão "estar como o Diabo gosta" deixa de ser brincalhona e passa a aplicar-se seriamente ao Brasil. Correndo o risco de soar cínico, chego a sugerir que a crença na existência do inferno seja fomentada pelos óbvios descrentes que nos governam. (Ou então crêem, mas acham que Deus olha para o outro lado e não os vê nas muitas horas em que estão perpetrando todo tipo de bandidagem; e, claro, confiam em que a misericórdia divina é infinita, esquecendo que é infinita, mas não otária.)

Funcionaria, se é que não já funciona, como excelente ópio do povo. Acreditar no inferno pode ser, para muitos brasileiros, a única maneira de manter uma relativa sanidade mental. Já se viu que, neste vale de lágrimas, os salteadores que se instalaram em todos os poderes, em todos os níveis, em todos os graus desta federação de meia-tigela, nunca vão pagar por nada. Por conseguinte, resta ao cidadão ultrajado, roubado, menosprezado e vilipendiado botar fé em que Satanás, mais dia menos dia, cuidará do assunto à sua maneira. Não foi à toa que, como é mostrado no livro de Jó, Deus criou Satanás e tem uma certa curiosidade paternal sobre ele e suas realizações, vamos dizer que o acha um mal necessário.

Talvez até não seja tão ridículo assim imaginar um inferno como nas ilustrações de Gustave Doré para A Divina Comédia, ou mesmo pior, com lagartões comendo o sujeito vivo, poças de excremento onde se é obrigado a chafurdar ("saíste do metafórico para o literal", poderá brincar um diabão letrado, ao aplicar esse tratamento no próximo senador que for dar com os costados lá), tentar dormir em catres permanentemente úmidos, frios, cheios de pulgas, aranhas, baratas e ratazanas, com o sono frequentado por pesadelos medonhos. Por que não? Todo homem constrói seu próprio inferno e, se é assim que pensa no inferno um desses meliantes, assim seu inferno será. Peço desculpas pela teologia de botequim, mas creio estar dando minha contribuição para a estabilidade social do País. Existe inferno, tem que existir.

Inicialmente, pensei em tomar emprestada a expressão aplicada por um senador ao Congresso Nacional (ou somente ao Senado, não tenho certeza, mas me responsabilizo pela extensão): casa de tolerância. Mas depois pensei na grande injustiça contra as prostitutas assim cometida pelo senador e não quis repeti-la aqui. Não estou fazendo graça, não, é uma injustiça mesmo.

Quantas prostitutas (só estou tratando das profissionais, as idôneas) se locupletaram do dinheiro público? Quantas prostitutas afanaram verbas destinadas a obras de saneamento, merendas escolares e todo tipo de programa, até mesmo os destinados a matar a fome dos mais miseráveis? Ou seja, quantas prostitutas encheram o pandulho à custa da fome de uma criança? Quantas prostitutas mantêm escravos a seu serviço?

Quantas prostitutas mentem como rotina, se valem de truques jurídicos para tirar o toba da seringa e enriquecem por fraude, concussão, advocacia administrativa e todo tipo de tramoia concebível? Quantas prostitutas têm entrada na polícia ou respondem a processos criminais, descontando-se que não têm imunidade nem foro especial e são tratadas com santimonial hipocrisia até pelos fregueses?

Quantas prostitutas contribuem todos os dias para a descrença geral, o cinismo, a desmoralização das instituições democráticas, o "cada um cuide de si", "farinha pouca, meu pirão primeiro", "se eu não meter a mão, neguinho vem e mete", "vassífu o avião, que eu não sou piloto" e mais lemas que hoje orientam nosso comportamento? Será exagero aqui do poeta oferecer a hipótese de que o Brasil tem muitíssimo melhor exemplo em suas putas que em seus parlamentares?

Os congressistas talvez se enganem um pouco com a imagem do Congresso e de seus membros. Enganam-se para melhor, pois pouco falta para, na usança popular, político, deputado, senador, vereador etc. virarem sinônimos perfeitos de ladrão esperto e impune. Pelo interior do Brasil, já há muita gente apelidada pejorativamente de Político ou deputado e sei de pelo menos um proprietário de jegues, Luís Olegarino, lá de Itaparica, que se recusa a chamar seus animais de qualquer nome que, mesmo remotamente, lembre políticos. "O bichinho nasce e eu vou logo difamando?", diz Luís.

Ninguém os respeita. Pela frente, sim, a maior parte com medo de desagradar a autoridade. Fomos, quase todos nós, criados para ter uma postura subserviente diante da autoridade e agir como se o ocupante de cargo público não existisse para servir ao cidadão. Outra parte por puxassaquismo. E ainda outra parte por admiração, pois considera a política, conforme o exemplo vindo de cima, o caminho mais seguro para o sujeito "se fazer". Tanto assim que se contam nos dedos os políticos que não encerram a carreira com o patrimônio opulentamente engordado, tudo dentro desta "legalidade" indecente, que não se faz nada para mudar.

A coisa pública é conduzida como feudo, aceita-se tudo e não se responde por nada, dentro de um sistema podre, imoral e delinquente, sem valores que não os da pilhagem, sem ética que não a do silêncio conivente, sem ideal que não a prosperidade pessoal. O País é governado por decretos-lei com o nome artístico de medidas provisórias. O Congresso, para o povo, não é nada, não serve para nada além de roubar e dar despesa. E ainda falam em imagem. Nem se olhem no espelho, que o espelho ou quebra ou cospe em vocês. E, sim, o inferno existe, pensem nisso.

NOTA: Crônica publicada originalmente no Jornal "O GLOBO",edição de 8 de março de 2009, Rio de Janeiro

João Ubaldo morreu na madrugada de 18/07/14, em casa, no Leblon, Rio de Janeiro, aos 73 anos.

João Ubaldo Osório Pimentel Ribeiro (Itaparica, 23 de janeiro de 1941 — Rio de Janeiro, 18 de julho de 2014) foi um escritor, jornalista, roteirista1 e professor brasileiro, formado em direito e membro da Academia Brasileira de Letras. Foi ganhador do Prêmio Camões de 2008, maior premiação para autores de língua portuguesa. 

Ubaldo Ribeiro teve algumas obras adaptadas para a televisão e para o cinema, além de ter sido distinguido em outros países, como a Alemanha. É autor de romances como Sargento Getúlio, O Sorriso do Lagarto, A Casa dos Budas Ditosos, que causou polêmica e ficou proibido em alguns estabelecimentos, e Viva o Povo Brasileiro, tendo sido, esse último, destacado como samba-enredo pela escola de samba Império da Tijuca, no Carnaval de 1987.5 Era pai do ator e apresentador Bento Ribeiro. (fonte: wikipédia)

sexta-feira, 18 de julho de 2014

Vegetais ouvem quando são comidos

Plantas captam vibrações de seus predadores como defesa


Já é de conhecimento geral que plantas podem sentir e reagir a mudanças de temperatura, ventos fortes e até ao toque humano. Mas elas conseguem escutar? A resposta é um pouco mais aterrorizante do que você imagina.

Apesar de não terem uma estrutura para captar o som como nós temos, um novo estudo da Universidade do Missouri aponta que plantas podem discernir o som de predadores por pequenas vibrações causadas em suas folhas – e reforçar suas defesas em resposta. Isso significa que, em tese, elas podem “ouvir” enquanto estão sendo comidas.

A reação é algo similar ao nosso sistema imunológico – a partir do primeiro contato com um inseto ou bactéria, a planta consegue se defender melhor de ataques futuros do mesmo predador. Dessa forma, a planta pode não reagir da primeira vez que é atacada por uma lagarta; mas, na próxima vez que ela “escutar” o mesmo animal a comendo, ela vai concentrar suas defesas e se transformar em um prato não muito gostoso para ela.

Esse estudo pode levar a uma menor necessidade de inseticidas e pesticidas na agricultura, uma vez que possa se estimular a defesa natural das plantas imitando o som de seus predadores.

Fonte: http://bit.ly/1roaOaD - acessado em 18/07/2014 - as 22h14

terça-feira, 8 de julho de 2014

Desenho dos Simpsons previu contusão de Neymar?

"Os Simpsons" prevê contusão de Neymar na Copa do Mundo

Em episódio do desenho sobre o Mundial do Brasil, Homer é árbitro de jogo contra Alemanha e não dá pênalti no camisa 10, que sai de campo na maca

O desenho animado "Simpsons" previu a contusão que tirou Neymar da Copa do Mundo. No episódio em que a família visita o Brasil durante o Mundial, o craque brasileiro se machuca em uma decisão contra a Alemanha. Homer é o árbitro da partida e se nega a dar um pênalti "cavado" pelo camisa 10. Quem avisa sobre o "teatro" do jogador é a filha Maggie.

Na história, após cair na área na tentativa de conseguir um pênalti, Neymar deixa o campo de maca. Depois, é enterrado pela máfia que havia comprado o jogo, sob o olhar de Homer.





Na vida real, Neymar sofreu uma forte joelhada de Zuñiga, nesta sexta-feira, no duelo entre a seleção brasileira e a Colômbia pelas quartas de final. O Brasil superou o rival por 2 a 1 e pegará a Alemanha na semifinal, mas o camisa 10 fraturou a terceira vértebra da coluna e não poderá mais disputar a competição.